Quando falamos no verbo “tecer”, pensamos em produzir, confeccionar ou entrelaçar metodicamente algum material, como fios, por exemplo. Mas, para quem tece a vida para ajudar o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), o significado desta palavra vai muito além.
Entre lacinhos, tricôs e cortes que aguardam costura sobre a mesa no ateliê minuciosamente organizado e cuidado, as irmãs Joana e Natalina, idealizadoras do projeto Tecendo a Vida, contam que a ideia nasceu de uma atitude inspiradora.
Durante muitos anos, Joana atuou voluntariamente no bazar beneficente de uma creche em Campinas e, percebendo a necessidade de algumas gestantes, decidiu montar enxovais para seus bebês. Há seis anos, Joana retornou à cidade de Botucatu e, inspirada pelo trabalho desenvolvido anteriormente, ela e sua irmã entraram em contato com o Serviço Social do HCFMB com o intuito de conhecer as necessidades e dar início ao trabalho de entrega de kits de enxoval para crianças nascidas na maternidade do Hospital cujas mães não tinham condições de adquirir tais produtos, seja por desprovimento financeiro ou por desconhecimento da gestação até o nascimento do bebê.
E por que Tecendo a Vida?
Segundo Joana, o nome tem muitos significados, mas o principal deles está na ideia do belo trabalho desenvolvido pelas abelhas que vão, em equipe, formando algo tão especial como o mel. “Tecendo a Vida é uma ação destinada às crianças que estão chegando ao mundo com o intuito de passar energia e carinho a quem vai iniciar sua missão na Terra”, comenta.
Enquanto contam a história do projeto, as mãos delicadas de Jô e Nata, como são conhecidas, vão dobrando as pequenas roupinhas lavadas e passadas com zelo.
Poucas pessoas fazem parte deste time, entre elas algumas amigas sensibilizadas com a causa, como a mãe de Jô e Nata, mostrando que o voluntariado está enraizado na família. “Fomos criados em um lar onde meu pai ficava verdadeiramente feliz com a felicidade do próximo. Se alguém por perto estava em necessidade, ele se desdobrava para auxiliar e esse ensinamento nos marcou profundamente. Também queremos inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo”, encerra Natalina.
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