“Tudo começou a mudar quando o primeiro computador da Instituição navegou na Internet”

A frase é do Coordenador do CIMED do HCFMB, Marcelo Roberto Martins.
Foto tirada antes da pandemia de Covid-19

É de conhecimento público que o crescimento da informatização proporciona benefícios, dentre os quais podemos citar a proximidade de pessoas que estão em diferentes locais geográficos, maior agilidade em processos de trabalho e otimização de recursos financeiros.

Em instituições públicas, como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), o avanço da tecnologia da informação tem permitido o aperfeiçoamento de resultados em diferentes áreas, como a assistência, por exemplo. E mergulhar um pouco na história nos dá a chance de entender o momento presente.

Resgate histórico

O coordenador do Centro de Informática Médica (CIMED) do HCFMB, Marcelo Roberto Martins, há 13 anos na gestão do setor, lembra que iniciou suas atividades na Instituição (com o Sandro Coquemala) no ano de 1995 quando foram contratados por um consórcio de Departamentos da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB|Unesp) que desejava viabilizar a implantação da internet no local.

Por meio de estudos e montagem de uma nova infraestrutura na FMB, foi possível realizar a navegação e pesquisas no campo educacional, especialmente para os Departamentos da Faculdade. “Isto possibilitou a implantação do serviço de e-mails que representou um avanço tecnológico muito grande”, lembra Marcelo.

Com o passar do tempo, houve expansão da rede local de dados, fixação do cabeamento do Hospital e Faculdade e instalação das primeiras fibras óticas, por meio de um projeto da Reitoria da Unesp. “Houve toda uma estruturação lógica para utilização da rede em todo complexo HC”, frisa Marcelo.

O Coordenador do CIMED do HCFMB, Marcelo Roberto Martins

Sistemas MV e Administrativos

No dia 1º de junho de 2012, o HCFMB deu mais um salto de qualidade quanto à informatização e a relação com assistência. A implantação do Sistema MV “foi um marco muito grande na vida do Hospital”, segundo Marcelo.

O Sistema possibilitou a adoção de inúmeras melhorias com foco na qualificação dos processos assistenciais e gerenciais da Instituição.“O maior desafio técnico foi fazer com que um sistema novo se adaptasse a realidade do Hospital naquele período”, frisa Marcelo.

A ferramenta permitiu evolução técnica, disponibilizando novas funcionalidades, mais agilidade, mais segurança e acessibilidade às informações para os profissionais que atuam no Hospital, traduzindo-se numa importante evolução dos processos de cuidado dos pacientes.

Também destaca-se o desenvolvimento interno de sistemas de apoio não somente à assistência mas, principalmente, à administração: os chamados backoffice. Nesta categoria, incluem-se os Sistemas de Compras, RH, Financeiro e tantos outros que suportam e dão agilidade e segurança a toda operação diária dos diversos setores da Instituição.

Servidor do MV (Estrutura para o Sistema Hospitalar)

Em 2019, houve a compra de um servidor para o Sistema MV. A ferramenta propiciou a continuidade do funcionamento do mecanismo, uma vez que o servidor anterior já não comportava mais a expansão diária dos dados gerados, armazenamento e backups de segurança. Mais de R$ 400 mil foram investidos na aquisição deste equipamento.

Investimentos

Com a finalidade de proporcionar a utilização em todo seu potencial da Internet, prontuário eletrônico do paciente e tráfego de imagens (sistema PACS e sistema de monitoramento de segurança por câmeras), em 2020, todas as unidades externas do HC foram interligadas via fibra ótica substituindo as conexões via rádio, as quais caracterizam-se por serem mais lentas e instáveis.

“Falando em expansão, a inauguração do prédio de ambulatórios com toda rede de dados padronizada, o aumento do número de equipamentos e a instalação de totens e painéis de chamada contribuíram muito para todo esse avanço”, afirma Martins.

Visando proporcionar mobilidade no acesso a informação, tanto ao paciente quanto ao funcionário do HCFMB, ocorreu a expansão da rede sem fio em todo o complexo hospitalar e foram criados os aplicativos HC em Casa e HC Escritório.

Para Marcelo, há cada vez mais tendência na utilização de dispositivos móveis e há necessidade de acompanhar esse avanço, sendo que, dentro dessa mesma temática, juntamente com a Gerência de Comunicação, Imprensa e Marketing do Hospital, foi possível implementar infraestrutura e toda parte de software para o projeto TV HC em diversos pontos da Instituição. 

CIMED monitora rede de todo complexo hospitalar do HCFMB

 Sobre o CIMED

O CIMED do HCFMB é um setor estratégico para a gestão hospitalar, uma vez que atualmente a equipe atende aproximadamente 30.000 chamados no ano, número que não inclui a realização de determinados projetos institucionais.

O CIMED foi inaugurado em 1988, com o objetivo de oferecer ao Hospital das Clínicas suporte tecnológico à assistência médica. Atuava na digitação de dados de pacientes, na guarda desses dados em meio magnético e no desenvolvimento de sistemas. Com o surgimento da Internet, foi criado, em 1995, o INFOMED (Informática da Medicina), responsável, dentre várias atividades, por atender as questões relacionadas à rede de dados na Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas. Em 2009, ocorre a junção das áreas CIMED e INFOMED, resultando na área atual.

Atualmente, o CIMED é composto por 24 profissionais, atuando nas áreas de desenvolvimento de sistema, suporte a sistemas terceirizados, infraestrutura de servidores, bancos de dados e redes lógicas, segurança de dados, imagens e registros gráficos, suporte a equipamentos de TI e usuários, além da realização de treinamentos.

O CIMED atua no Hospital das Clínicas, no Hospital do Bairro, no Pronto Socorro Adulto Municipal (PSA), no Hospital Estadual Botucatu (HEB), no Pronto Socorro Pediátrico (PSP) e no SARAD (Serviço de Atenção de Referência em Álcool e Drogas), possuindo um sistema de alta tecnologia que contém o registro de mais de 750 mil pacientes.

Em números absolutos, “hoje temos armazenados em nosso datacenter 4,5 teras de dados assistenciais e administrativos, 60 teras de exames de imagens (1 tera aproximadamente 1024 Giga), cerca de 2.000 computadores, 130 servidores de dados e 5.200 pontos de rede entre ativos e inativos”, finaliza Marcelo.