O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) participa de um estudo de validação de um novo medicamento que pretende auxiliar no tratamento de pacientes com Covid-19.
Este projeto de pesquisa clínica foi aprovado pelo Programa de Pesquisa para o SUS: gestão compartilhada em Saúde (PPSUS) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e está em seu estágio inicial em humanos. O estudo também foi aprovado pelo Sistema CEP/CONEP, integrado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde e pelos Comitês de Ética em Pesquisa.
O projeto é formado por mais de 20 pesquisadores, incluindo médicos, enfermeiros e equipe multiprofissional, e há previsão de encerrar esta fase experimental em breve. De acordo com o médico responsável pelo Laboratório de Biologia Celular do Laboratório de Biotecnologia Aplicada do HCFMB e docente do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB | Unesp), Dr. Matheus Bertanha, a pesquisa visa identificar a ação antiviral anti-Covid-19 da heparina enriquecida, de alto peso molecular, administrada através de inalação simples.
“Normalmente utilizamos este tipo de substância como anticoagulante, mas descobrimos que, quando uma molécula de sua composição é modificada, provoca uma ação anti-viral, pois ela consegue se ligar na proteína de ligação do vírus (Spike), inibindo a sua entrada nas células hospedeiras”.
Após o encerramento do estudo, os dados serão publicados em revista cientifica e amplamente divulgados, para que o público em geral tenha acesso ao conhecimento gerado.
Dr. Matheus espera que, na sequência, o estudo seja registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e possa ser realizada a fase 3 da pesquisa clínica, com um grande número de participantes, a fim de que o produto se torne um medicamento comercializável e disponível para o tratamento da Covid-19. “Sabendo da gravidade que a doença pode ter em alguns casos e da carência de medicamentos efetivos para o seu tratamento, acreditamos que a medicação venha a contribuir com o arsenal de combate à doença”, encerra.
Parabéns Matheus e toda equipe participante do projeto.
Precisamos mesmo investir em pesquisas que tragam novas drogas para o tratamento dessa doença, pois ela continuará existindo apesar das vacinas, que são muito uteis mas não são 100% efetivas.