Foi realizada hoje, 7, no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), a cerimônia de comemoração pelos 10 anos do projeto filantrópico “Casa de Apoio”, coordenado pela Fundação para Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp). Diversas autoridades municipais estiveram no local, entre elas o prefeito de Botucatu, João Cury; o vice-prefeito, Antônio Luiz Caldas Júnior e o presidente da Câmara Municipal, André Rogério Barbosa, o “Curumim”. Também compareceram o deputado federal Milton Monti e, representando o governador Geraldo Alckmin, o secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Floriano Pesaro, que na oportunidade se comprometeu a viabilizar um estudo para avaliar a possibilidade de destinar recursos diretamente ao Projeto.
Antes da solenidade, as autoridades visitaram a Casa IV. Em seguida, foram para o Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu, onde discursaram e assistiram uma apresentação de dança do ventre promovida por integrantes Projeto Mulher Feliz. Essa é ação de responsabilidade social que conta com a tutoria da Famesp, oferecendo aulas de dança do ventre a mulheres em tratamento de câncer no Hospital das Clínicas da FMB. O projeto das Casas de Apoio surgiu há 10 anos, por iniciativa de Rubens de Almeida, conhecido como “Alemão”, e da assistente social Solange S. de Moraes.
A inauguração da primeira da Casa, com 46 leitos, ocorreu em janeiro de 2006. Desde então, o projeto é mantido pela Famesp e atualmente conta com quatro casas, totalizando 104 leitos para repouso de pacientes que vêm até o Hospital das Clínicas em busca de atendimento médico. Antônio Rugolo Júnior, presidente da Famesp, deu um depoimento emocionado sobre o projeto. “Eu estava na presidência da Famesp quando o “Alemão” e a Solange me trouxeram essa ideia, e hoje temos esse resultado gratificante. Quando os pacientes chegam aqui não estão debilitados apenas fisicamente, mas também emocionalmente. Poder contar com um lugar onde ficar mudou a vida dessas pessoas. Agradeço a todos que ajudaram a idealizar e concretizar, durante todos esses anos, esse projeto”, declarou.
Representando o HCFMB, o chefe de gabinete do HCFMB, André Balbi, ressaltou a importância para os pacientes e para o Hospital de poder contar com as casas de apoio. “A importância das Casas de Apoio fica evidente depois desses 10 anos de história. Esse projeto ajuda a continuar o tratamento, que começa no Hospital, mas tem que prosseguir fora dele. Temos uma estrutura bastante complexa, somos um grande Hospital, e as Casas de Apoio nos ajudam a humanizar o tratamento, melhorando sua qualidade”, enfatizou. Em nome do poder público municipal, o vice-prefeito Antônio Luiz Caldas Júnior salientou a relevância das Casas de Apoio.
“Sou professor da FMB e me lembro que quando cheguei aqui na Faculdade, há 40 anos, os pacientes eram apenas as pessoas que não tinham nenhuma condição de pagar por qualquer tipo de atendimento. O SUS mudou isso, com uma política de humanização no setor da saúde, que podemos ver na prática com esse projeto. Não basta atender os pacientes, é preciso cuidá-los”, afirmou. Finalizando os depoimentos, o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, afirmou que pleiteará um estudo de viabilidade de financiamento permanente para as Casas de Apoio, após ouvir sugestão dada pelo deputado federal Milton Monti. Ele também comentou que o bem-estar faz parte da melhora da saúde física e mental dos pacientes, e observou que esse projeto ajuda nesse aspecto, beneficiando a política de humanização de atendimento na área de saúde.
“Estamos implantando uma política inovadora de saúde e esse tipo de projeto vem ao encontro dos nossos ideais. Podemos ver isso com a abertura do ‘Bom Prato Saúde’, aqui no câmpus, projeto que terá sua segunda unidade aberta em Barretos. Assumo um compromisso público em fazer um estudo de viabilidade econômico-financeira de financiamento permanente para as Casas de Apoio, com recursos diretos do Estado. Quem sabe esse projeto inspire outros nos mesmos moldes, por todo o interior paulista, e que essa iniciativa, futuramente, se transforme em uma política pública”, afirma.
Estrutura
As Casas de Apoio estão situadas dentro do campus da Unesp de Botucatu, o que facilita o atendimento dos pacientes em tratamento. O projeto torna mais simples o acesso para consultas, já que o paciente não precisa percorrer longas distâncias e nem dispor de condições financeiras para se hospedar na cidade.
Na Casa II ficam as crianças com câncer, assim como mulheres que necessitam de tratamento para determinadas patologias e transplantadas.
A Casa de Apoio III é voltada às mães que amamentam bebês prematuros. Elas permanecem na Casa e acompanham a recuperação dos filhos com idas periódicas ao hospital para amamentação. Durante o tempo em que permanecem na Casa, as mães, de diferentes faixas etárias, inclusive adolescentes, recebem curso de artesanato.
Já a Casa IV tem duas finalidades específicas: recebe pacientes que necessitam de hemodiálise e abrigam a Associação Botucatuense de Assistência ao Hipertenso; Liga dos Rins e Hipertensão Arterial e o projeto de Inclusão Social e Digital para Adolescentes.
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