OPO do HCFMB realiza treinamento de captação de órgãos a profissionais do Hospital Piedade de Lençóis Paulista

A Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) realizou, no mês de janeiro, um treinamento de captação de órgãos a profissionais do Hospital Nossa Senhora da Piedade, da cidade de Lençóis Paulista. O objetivo foi formar uma Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos Para Transplantes (CIHDOTT) no Hospital Piedade, para a realização de captação de córneas e múltiplos órgãos na região, em conjunto com a OPO do HCFMB.

Segundo a Enfermeira Coordenadora da OPO/ Banco de olhos de do HCFMB Marina Carvalho Acosta Cleto, esse setor do HCFMB é responsável pela captação de órgãos em aproximadamente 50 cidades da região. “Todas as CIHDOTT’S que fazem parte da OPO de Botucatu são de extrema importância, pois são elas identificam os potenciais doadores de órgãos. Quanto mais hospitais conseguirmos abranger, maior será nossa atuação na captação de órgãos. Com isso, haverá mais transplantes e menos espera nas filas”, explica.

Após o treinamento, o Hospital Piedade de Lençóis Paulista está apto a realizar todo processo de captação de órgãos até o seu término, auxiliando na logística de doação, preenchimento da documentação, entrevista familiar, e também acompanhar o procedimento cirúrgico da retirada dos órgãos. “A OPO do HCFMB estará presente e dará todo o apoio a esse processo”, diz Marina.

No caso de potencial doador de córneas, a equipe do Hospital Piedade está preparada para reconhecer um potencial doador, entrevistar os familiares e realizar a captação das córneas na Instituição. Após esse processo, as córneas serão enviadas ao Banco de Olhos de Botucatu do HCFMB para que seja feito todo o preparo e exames dessa córnea, para posterior transplante.

A enfermeira do Hospital Piedade Ana Paula Batista de Jesus elogiou o treinamento proposto pela OPO. “A equipe da OPO Botucatu é altamente preparada e transparente. Nos transmitiram um excelente conteúdo, nos passaram todos os conceitos e planos de ação, alinhados com as expectativas e necessidades da nossa Instituição. Acredito que esse treinamento trará resultado positivo em curto prazo no que diz respeito à captação de córneas e órgãos em nossa região”, finaliza.

A importância da conscientização da doação de órgãos

Apesar do grande volume de cirurgias realizadas, a quantidade de pessoas à espera de um novo órgão ainda é grande. Ao todo, 41.236 pacientes estão cadastrados na lista SUS. O rim é o órgão mais demandado: 25.077 esperam por um transplante renal. Em seguida, vêm as córneas (12.686) e o fígado (2.193).

Para vencer a atual desproporção entre o volume de pacientes na lista e o número de transplantes realizados, é importante conscientizar a população sobre todas as etapas do procedimento, que começa com o diagnóstico de morte encefálica de um potencial doador e termina na recuperação do paciente que recebeu um novo órgão. Entre essas etapas, é preciso correr contra o tempo, levantar informações importantes sobre o histórico do doador e do paciente e, a etapa mais delicada, contar com a solidariedade de uma família que passa por um momento de dor.

Após o diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos. Depois de seis horas de atestada a falência cerebral, o potencial doador passa por um novo teste clínico para confirmar o diagnóstico. Em seguida, a família é questionada sobre o desejo de doar os órgãos.

Mensagens por escrito deixadas pelo doador não são válidas para autorizar a doação. Por isso, apenas os familiares podem dar o aval da cirurgia, após a assinatura de um termo. De acordo com o Ministério da Saúde, metade das famílias entrevistadas não permite a retirada dos órgãos para doação. É importante conversar com a família ainda em vida para deixar claro esse desejo.

Vivian Abilio – Assessoria de Imprensa do HCFMB via 4toques Comunicação