Agosto Branco é o mês de conscientização do câncer de pulmão

Uma doença agressiva e silenciosa que acomete cada vez mais pessoas jovens (entre 45 e 55 anos de idade). É dessa forma que pode ser classificado o câncer de pulmão, o que mais mata no mundo, o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

O Ambulatório de Nódulos Pulmonares do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) é um serviço especializado e recebe pacientes do Departamento Regional de Saúde (DRS-VI) e de Botucatu para rastreamento de câncer de pulmão em pacientes com fatores de risco.

 “Temos visto muitos pacientes jovens chegando com casos avançados, porque o câncer de pulmão não apresenta sintomas. Quando o tumor está grande e comprime vias aéreas ou causa dor, o indivíduo tem uma lesão significativa que, na maioria das vezes, não é mais operável”, explica a cirurgiã torácica do HCFMB, Drª Ivana Teixeira de Aguiar.

Projeto de Pesquisa

O Serviço de Cirurgia Torácica (Ambulatório de Nódulos Pulmonares), o Serviço de Pneumologia e o Programa de Cessação de Tabagismo do HCFMB uniram-se com o objetivo de rastrear possíveis casos de câncer de pulmão.

A iniciativa faz parte de um projeto de pesquisa com duração de dois anos que tem buscado identificar precocemente a doença em indivíduos acima dos 55 anos de idade. “Mais de 80% dos pacientes são diagnosticados tardiamente com o câncer de pulmão”, lembra a cirurgiã torácica do HCFMB, Drª Isadora Rubira Furlan.

As cirurgiãs torácicas do HCFMB, Dra. Isadora R. Furlan (esquerda) e Drª Ivana Teixeira de Aguiar (direita)

“As pessoas que passam pelo Ambulatório de Cessação de Tabagismo são abordadas e convidadas a participar do rastreio com tomografia, se estiver dentro dos critérios de inclusão”, explica Drª. Ivana.

De acordo com os resultados dos exames, a equipe médica decide pelo acompanhamento com tomografia, biópsia ou encaminhamento para os profissionais responsáveis pelo tratamento de outras condições diagnosticadas.

Além disso, o “Programa Inspire Saúde Respiratória”, iniciativa que visa rastrear, informar, monitorar e educar pessoas que apresentem ou possam apresentar problemas respiratórios, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e o câncer de pulmão, tem direcionado indivíduos com necessidade de seguimento especializado para o Ambulatório de Nódulos Pulmonares.

Prevenção, sinais e tratamento

A forma mais eficaz de combate ao câncer de pulmão é a informação. Por isso, o Agosto Branco, mês de conscientização sobre a prevenção do problema, busca disseminar dados sobre a doença.

Drª Isadora recorda que o período da pandemia contribuiu para o diagnóstico precoce do câncer. “Os pacientes faziam tomografia em função da COVID e identificávamos lesões suspeitas com a possibilidade cirúrgica”, diz.

O número de pacientes jovens diagnosticados com câncer de pulmão tem crescido nos últimos anos, de acordo com as estimativas internacionais. O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença, por isso o Agosto Branco tem o objetivo de alertar os fumantes para deixar esse hábito tão prejudicial, principal forma de prevenção do câncer de pulmão.

Quando o indivíduo é diagnosticado com o câncer de pulmão, dependendo do estágio em que o tumor está, o tratamento é cirúrgico e associado com a quimioterapia e radioterapia (nem sempre nessa ordem). Há casos em que o paciente é inserido no contexto dos cuidados paliativos em virtude do avanço da doença.

“Dor, falta de ar e tosse com sangue podem ser sinais de câncer de pulmão, e, muitas vezes, em um estágio avançado”, finaliza Drª Isadora.

Equipe médica da Cirurgia Torácica do HCFMB