A primeira vacina em âmbito mundial contra o câncer de pulmão começou a ser aplicada, em fase experimental, em pacientes do Reino Unido. O imunizante usa a mesma tecnologia de mRNA que esteve na base da vacina contra a COVID-19.
O britânico Janusz Racz, 67 anos, foi o primeiro voluntário submetido ao teste. Ele recebeu seis injeções consecutivas da BNT116 (nome dado a vacina), com cinco minutos de intervalo ao longo de 30 minutos, neste mês de agosto.
Para a cirurgiã torácica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp (HCFMB), Ivana Teixeira de Aguiar, ainda é cedo para saber se a vacina terá eficácia no combate a doença.
“Qualquer vacina ou medicação, antes de ser disponibilizada para a população, passa por diversas fases de teste e, por estar nessa situação, ainda não é possível falar de eficiência no momento”, explica a médica.
O câncer de pulmão é comum entre tabagistas. Trata-se de uma doença agressiva e silenciosa que acomete cada vez mais pessoas jovens. “A vacina é um grande ganho para os pacientes com a doença, porém o mais importante continua sendo a prevenção”, lembra Ivana.
Sobre o câncer de pulmão
O câncer de pulmão é a neoplasia que mais mata no mundo. No Brasil, de acordo com o INCA, a taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18%, ou seja, em cinco anos, após o diagnóstico, apenas 18% dos pacientes estarão vivos.
A sobrevida depende do estágio do câncer no momento do diagnóstico. Pacientes em estágio mais precoce têm possibilidade de tratamento curativo e a sobrevida é maior, enquanto paciente com neoplasia avançado, não dispõe de tantas opções de tratamento.
O “Programa Inspire Saúde Respiratória”, iniciativa que visa rastrear, informar, monitorar e educar pessoas que apresentem ou possam apresentar problemas respiratórios, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e o câncer de pulmão, tem direcionado indivíduos com necessidade de seguimento especializado para o Ambulatório de Nódulos Pulmonares.
O Ambulatório de Nódulos Pulmonares do HCFMB é um serviço especializado e recebe pacientes do Departamento Regional de Saúde (DRS-VI) e de Botucatu para rastreamento de câncer de pulmão em pacientes com fatores de risco.
Prevenção, sinais e tratamento
A forma mais eficaz de combate ao câncer de pulmão é a informação. Por isso, o Agosto Branco, mês de conscientização sobre a prevenção do problema, busca disseminar dados sobre a doença.
O número de pacientes jovens diagnosticados com câncer de pulmão tem crescido nos últimos anos, de acordo com as estimativas internacionais. O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença e por isso o Agosto Branco tem o objetivo de alertar os fumantes para deixar esse hábito tão prejudicial, principal forma de prevenção do câncer de pulmão.
Quando o indivíduo é diagnosticado com o câncer de pulmão, dependendo do estágio em que o tumor está, o tratamento é cirúrgico e associado com a quimioterapia e radioterapia (nem sempre nessa ordem). Há casos em que o paciente é inserido no contexto dos cuidados paliativos em virtude do avanço da doença.
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