Todas as fotos desta matéria são de arquivo pessoal e suas veiculações foram devidamente autorizadas pelos pais
Muito se fala que o nascimento de prematuros é um grande desafio. Mas qual barreira e dificuldade são maiores do que o amor de uma mãe? Neste Dia Mundial da Prematuridade, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) traz um relato que mostra a grande resiliência que existe em um pequeno lutador pela vida.
Davia Cristina do Prado Antunes de Souza e seu esposo Wanderson são da cidade de Avaré e sempre sonharam em ter um filho. Durante três anos, foram várias as tentativas, sem sucesso, e o diagnóstico de ovário policístico parecia distanciar ainda mais a realização desse sonho.
Foi então que, com a oportunidade de fazer uma estimulação de ovulação com medicamentos, Davia engravidou de um menino, e novos desafios começaram a surgir. “A gestação foi muito difícil e tive 4 sangramentos. Com 20 semanas, minha bolsa rompeu e fui transferida para o HCFMB, lugar em que recebi a notícia mais triste da minha vida: minha gravidez não poderia seguir com a bolsa rompida, pois havia risco para mim e para o bebê, e a melhor solução era a indução do parto. Eu e meu esposo decidimos por não realizá-la, sabendo que o bebê poderia nascer a qualquer momento, e isso nos trazia muita tristeza e insegurança, pois não sabíamos o futuro desta gestação. Fiquei de repouso absoluto e realizando exames semanais para ver se estava tudo bem”.
Quando a gestação completou 27 semanas e 3 dias, em 17 de junho deste ano, o trabalho de parto de Davia começou. “Dei entrada na Maternidade do HCFMB e fui prontamente atendida e avaliada pela equipe de Obstetrícia, que me encaminhou para uma cesária de emergência. Às 19h45, nasceu o Samuel com 975 gramas, mas não pude ver meu filho de imediato. Foi quando veio a notícia de que ele tinha nascido com muita dificuldade respiratória, precisando ser intubado e levado para a UTI Neonatal em estado grave”.
A partir daquele momento, Samuel enfrentou 93 dias de internação, sendo 52 dias entubado, e passou por muitas batalhas com a ajuda de toda a equipe da UTI Neonatal do HCFMB. Davia conta ainda sobre a experiência de realizar o Método Mãe Canguru, que consiste em manter o recém-nascido de baixo peso no contato pele a pele, em posição vertical, junto ao peito dos pais. “Com 20 dias de internação do Samuel, pude carregar meu filho em meus braços pela primeira vez. Foi a maior emoção da minha vida e, desde então, não desgrudei mais dele, sempre aplicando o Método e podendo sentir todo o amor que transbordava entre nós”.
Neste Dia Mundial da Prematuridade, Davia não esconde a sua gratidão pelo HCFMB, não somente pela vida de seu filho, mas de tantos outros pequenos pacientes. “Primeiramente, agradeço muito a Deus por me escolher como mãe de prematuro, e a todas as equipes médica, de enfermagem e multiprofissional que nos atenderam tão bem durante a internação e que saem das suas casas diariamente para ir à UTI Neonatal cuidar dos nossos pequenos com tanta dedicação e amor à profissão. Para as mães e pais de prematuros, digo que a batalha é árdua, mas não é impossível. Passamos por muitas coisas, mas hoje carrego o meu filho, o meu milagre em meus braços”, finaliza.
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