“A eterna vigilância é o preço da segurança, pois alguns devem velar enquanto outros dormem”. A frase do dramaturgo inglês William Shakespeare, dita há muitos anos, se torna atual cada vez que se trata da Segurança do Paciente, principalmente neste tempo desafiador da pandemia da Covid-19.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) marcou 17 de setembro como o Dia Mundial da Segurança do Paciente e a celebração desta data visa a conscientização de todos sobre o tema e possibilita o desenvolvimento de ações que contribuem para a diminuição de riscos e danos ao paciente, refletindo na melhoria da qualidade do cuidado prestado.
De acordo com a enfermeira Márcia Cercal Fernandes, coordenadora do Núcleo de Segurança do Paciente e Hospital Sentinela do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), é importante a notificação dos eventos adversos no Sistema de Informação Hospitalar (no caso do HCFMB, o Sistema MV).
“Além disso, precisamos cumprir as 6 Metas Internacionais de Segurança do Paciente, estabelecidas pela OMS: identificação correta do paciente; melhora na comunicação entre os profissionais de Saúde; melhora na prescrição, uso e administração de medicamentos; cirurgia segura em local de intervenção, procedimento e pacientes corretos; higienização das mãos e redução do risco de quedas e lesões por pressão”, explica.
Márcia afirma que todos são responsáveis pela Segurança do Paciente, tendo um olhar diferente a cada situação enfrentada e se colocando no lugar do outro. “Precisamos respeitar o paciente diante de sua situação e doença, seguindo os protocolos institucionais e disseminando a sua existência para que o conhecimento produza um cuidado efetivo e seguro não só pela equipe multidisciplinar, mas também pela família/responsável”, complementa.
A trajetória da Segurança do Paciente no HCFMB
Em 2001, o HCFMB participou do projeto de implantação do Hospital Sentinela, com a finalidade de realizar o monitoramento dos produtos hospitalares e a notificação de ocorrências à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “A aprovação veio no ano seguinte e, assim, o HC passou a ser um observatório ativo do desempenho e segurança de produtos de saúde, como: medicamentos, materiais e artigos médico-hospitalares, por exemplo”, relata Márcia.
No ano de 2013, o HCFMB reestruturou o Hospital Sentinela e constituiu a Comissão de Segurança do Paciente, formada a partir da exigência da ANVISA, para atuar também na identificação, análise, monitoramento, notificação e prevenção dos riscos relacionados à ocorrência de eventos adversos, ou seja, de incidentes que resultam em dano à saúde. “Em conjunto com os setores, também propomos medidas e ações de melhorias nos processos de trabalho, além de lançarmos as notificações no NOTIVISA, sistema informatizado desenvolvido pela ANVISA para receber notificações de incidentes, eventos adversos e queixas técnicas relacionadas ao uso de produtos e de serviços sob Vigilância Sanitária”.
Já em novembro de 2020, foi criado o Núcleo de Segurança do Paciente e Hospital Sentinela, subordinado ao Departamento de Auditoria e Informações em Saúde e que atua, de forma conjunta, com a Comissão.
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