Dia Nacional do Doador de Sangue – conheça histórias que inspiram este importante gesto que salva vidas

Um movimento de empatia capaz de formar vínculos e expressar a gratidão pela vida. Este pode ser um dos conceitos da expressão “doação de sangue”. O ato, realizado de forma espontânea, tem o potencial de salvar vidas e devolver a esperança a quem busca um recomeço.

Fátima Cristina Figueiredo da Cunha, 23 anos, é aluna do terceiro ano de enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB|Unesp), e sua relação com o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp (HCFMB) é antiga.

“Desde a infância frequentava o Serviço com minha irmã, principalmente para pegar lanches que eram ofertados. Sempre gostei do lugar, dos profissionais e do ambiente acolhedor. Com o tempo, passei a ter uma ligação ainda mais significativa com o local, tanto pelo cuidado que recebo quanto pelo carinho que sinto pelos profissionais que conheci e que trabalham para eu ter uma qualidade de vida”, explica Fátima.

Fátima Cristina Figueiredo da Cunha

A aluna da FMB|Unesp vive com Anemia Falciforme, doença hereditária que causa malformação das hemácias e gera complicações em praticamente todos os órgãos do corpo. 

Segundo ela, o problema de saúde foi diagnosticado logo no começo da vida. “Descobri ainda bebê, minha irmã Victória, que também tem a falciforme, tinha quadros de dores e ficava doente fácil, e eu ficava com inchaço nas pernas. Quando fizemos os exames, fecharam o diagnóstico”, lembra.

A jovem depende do tipo de sangue raro e, no cadastro do Hemocentro de Botucatu, são poucas as pessoas catalogadas com compatibilidade sanguínea.

O tratamento de Fátima contempla o acompanhamento em Ambulatório, Hemocentro e o uso de dois medicamentos: hidroxureia e ácido fólico. “As transfusões de sangue não são frequentes, mas é necessário quando tenho episódios de crise e minha hemoglobina fica baixa”, pontua Fátima.

Embora não sejam tão freqüentes, as transfusões de sangue acompanham a futura enfermeira há aproximadamente 20 anos. “Tenho grande confiança e gratidão pela equipe do Hemocentro, que sempre me oferece um atendimento acolhedor e de qualidade”, diz.

Para Fátima, a escolha pelo curso de enfermagem também faz parte de um desejo singular de ajudar outras pessoas que precisam. “Meu sonho é conseguir fazer a diferença na vida das pessoas, por meio do meu cuidado conseguir transmitir os cuidados que já recebi.  Desejo retribuir tudo o que aprendi com os profissionais que estiveram ao meu lado, levando acolhimento, esperança e empatia a quem mais precisa. Ser uma fonte de conforto e força para outras pessoas é o que me motiva todos os dias e dar o melhor cuidado para aqueles que convivem com a doença, pois sei que precisam e merecem o melhor tratamento possível. Além desse sonho, também quero ser uma mulher que incentiva outras.

Tal pai, tal filha

Rodrigo Dalle Molle Príncipe, 47 anos, é enfermeiro e sabe da importância que um simples gesto de afeto traz ao paciente. “Um sorriso, uma palavra, um aperto de mãos, muitas vezes são o que fazem a diferença para quem está acamado, internado para um tratamento”, frisa.

O profissional de saúde é doador de sangue há quase 30 anos e recentemente viveu uma experiência diferente. Em maio deste ano ele acompanhou, pela primeira vez, sua filha, que fez 18 anos, em sua primeira doação. “Ela sempre falava em doar, porém tem medo da agulha, mas mesmo com esse medo a iniciativa foi dela”, explica o pai.

O exemplo que passa de pai para filha é fundamental para que os estoques do Hemocentro sejam mantidos e fortalecidos visando a preservação de vidas.

Rodrigo e sua filha Bianca, que doou sangue pela primeira vez

Quem pode doar?

Os requisitos para ser doador de sangue são: apresentar documento emitido por órgão oficial com foto, como RG ou CNH; ter boa saúde; pesar mais que 50 kg; não estar em jejum; dormir ao menos seis horas antes da doação; não estar com doenças infecciosas; não ter vida sexual promíscua; não ser usuário de drogas; não ingerir bebida alcoólica 12 horas antes da doação e ter entre 18 anos completos e 69 anos, 11 meses e 29 dias, desde que a primeira doação tenha ocorrido até os 60 anos. A doação de candidatos com idade entre 16 e 17 anos será autorizada somente com a presença do responsável legal e ambos portando documento original com foto.

Assista ao vídeo produzido para o Dia Nacional do Doador de Sangue: https://www.youtube.com/watch?v=8tfnrIMi4Is