De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020, são estimados mais de 66 mil novos casos de câncer de mama, sendo este um dos tipos de câncer mais comuns entre as mulheres no Brasil e no mundo.
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) possui, desde a década de 1990, o Centro de Avaliação em Mastologia (CAM), criado pelo Prof. Laurival A. De Luca, que tem o objetivo de trazer um atendimento multidisciplinar às mulheres atendidas com câncer de mama, aprimorando e ampliando a prática do cuidado. Em 2017, o CAM foi oficialmente denominado Centro de Avaliação em Mastologia “Professor Emérito Laurival Antônio De Luca” do HCFMB, em homenagem ao seu fundador.
Segundo a coordenadora do CAM Dr.ª Heloísa Maria De Luca Vespoli, são atendidas semanalmente 100 pacientes, entre consultas de pronto-atendimento e ambulatoriais, sendo diagnosticados cerca de seis casos novos de câncer de mama nesse mesmo período. “Contamos com cinco ambulatórios que funcionam semanalmente: antecedente familiar, pós-operatório, doenças benignas, oncoplástica e seguimento pós câncer de mama, e realizamos cinco cirurgias por semana, além de reconstruções mamárias imediatas e tardias”.
O CAM oferece um acompanhamento integral para as pacientes, com um serviço próprio de exames de imagem, permitindo a cobertura de todas as etapas de atendimento, desde o diagnóstico até o tratamento e seguimento. Além disso, uma equipe multidisciplinar (com mastologistas, oncologistas, radioterapeutas, patologistas, médico nuclear e psicólogos) se reúne semanalmente para a discussão dos casos, atualmente de forma online.
Além da parte assistencial, o Centro possui um Programa de Residência Médica credenciado pelo MEC. “Temos uma das Residências mais completas do país em nossa área de atuação. Anualmente, formamos especialistas extremamente capacitados para o adequado tratamento do câncer de mama, com foco no atendimento humanizado que as mulheres tanto merecem”, afirma Dr.ª Heloísa.
E como o trabalho do CAM foi impactado por conta da pandemia da Covid-19? A coordenadora afirma que o impacto foi diferente da maior parte dos serviços, e enfatiza que não deixou de atender nenhuma mulher em vigência de diagnóstico e de tratamento cirúrgico. “No começo da pandemia, os ambulatórios e o pronto-atendimento foram bloqueados, visando à segurança de todos, assim como a realização das mamografias e de algumas cirurgias de reconstrução, por recomendação da própria Sociedade Brasileira de Mastologia. Atualmente, praticamente todos os procedimentos estão voltando ao normal, inclusive os exames de imagem”.
O câncer de mama pode ser prevenido por meio de hábitos saudáveis, como: boa alimentação e evitar o sobrepeso, a obesidade e o sedentarismo, além da prática de atividades físicas regulares e o controle na ingestão de bebidas alcoólicas. O diagnóstico precoce, principalmente na fase assintomática, e a busca por atendimento médico na detecção dos primeiros sintomas também são primordiais, mesmo em tempos de pandemia.
“Se diagnosticado precocemente, a porcentagem de cura é maior do que 95% e maior é a possibilidade de cirurgias mais conservadoras e menos agressivas. Por isso, é importante que todas as mulheres acima de 40 anos realizem anualmente a mamografia, mesmo neste ano atípico, pois todas as medidas de segurança nas consultas e na realização de exames estão sendo tomadas”, encerra Dr.ª Heloísa.
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