HCFMB promoveu capacitação em glomerulopatias

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) promoveu no último sábado (dia 8), dentro do Núcleo de Educação à Distância (Nead), a segunda edição do Simpósio de Glomerulopatias. O evento, que havia sido realizado pela primeira vez em 2013, voltou a reunir médicos nefrologistas, patologistas e estudantes de Medicina de Botucatu para discutir casos clínicos e promover atualização sobre o tema.

O encontro contou com a colaboração da Dra. Vanessa dos Santos Silva, Dra. Pamela Falbo dos Reis e Dr. Welder Zamoner, médicos nefrologistas do serviço de Nefrologia Clínica do HCFMB; Dra. Daniela Cristina dos Santos, médica patologista do Serviço de Patologia Renal; e Profª. Assoc. Dra. Rosa Marlene Viero, docente do Departamento de Patologia. Além de profissionais convidados como Dr. Márcio Dantas e Profª. Dra. Cristiane Bitencourt Dias, da FMUSP de Ribeirão Preto e São Paulo, respectivamente.

Na oportunidade, os participantes puderam discutir casos clínicos, de forma interativa, com votações eletrônicas e análise de lâminas de microscopia e comparar, caso a caso, cada um dos tipos de glomerulopatia apresentado. Também contaram com uma revisão em forma de palestra de cada situação discutida, podendo tirar dúvidas sobre o melhor diagnóstico, uma vez que alguns casos se manifestam de forma  “silenciosa”, ou seja, com poucos ou quase nenhum sintoma aparente. Por isso faz-se necessária uma avaliação minuciosa. Seja através de exames de urina ou mesmo biópsia renal.

“Dentro das doenças renais crônicas, pelo menos 15% são causas são doenças relacionadas ao glomérulo, que a gente chama de unidade funcional ou néfron [tufos capilares sanguíneos delimitados por uma cápsula]. Cada rim é composto por mais de 1 milhão de néfrons e os glomérulos atuam como se fosse uma ‘peneira’ inicial, onde vai começar a filtrar o sangue quando ele chega no rim, explica Dra. Vanessa.

Prevenção e controle

A glomerulopatia, também conhecida como glomerulonefrite, é uma inflamação do glomérulo. Pode ser primária (com origem no próprio rim), secundárias (associada a alguma outra doença, como diabetes, hipertensão, lúpus, infecções, neoplasias, entre outras), agudas ou crônicas. Sangue na urina, pressão alta e inchaços pelo corpo (em especial pernas e ao redor dos olhos) são alguns dos principais sintomas deste tipo de doença.

“A gente chama de doenças autoimunes. Ou seja, quando o organismo produz anticorpos para combater o próprio organismo. Pacientes com glomerulopatias podem ter proteinúria (alto índice de proteína na urina) e disfunção renal. E isso pode evoluir para uma doença renal crônica terminal, com necessidades de diálise. Aí está a necessidade de identificar precocemente essas doenças para elas poderem serem tratadas”, enfatiza Dr. Zamoner.

“Quando nosso corpo começa produzir substâncias que agridem o glomérulo, passando a perder proteínas ou sangue na urina, é necessário saber qual a glomerulonefrite que está adormecendo este rim, para poder planejar melhor o tratamento. A biópsia renal neste situação pode ser muito importante”, comenta Dra. Pamela.

“Não são doenças fáceis de serem prevenidas. Neste caso, a gente trabalha mais com o controle da doença. Às vezes esse controle entra em remissão, que é quando a doença pode ficar silenciosa o resto da vida. E têm pacientes que entram em remissão e voltam com a doença, melhoram e pioram, ao longo da vida”, complementa a nefrologista.

Igor Medeiros – 4toques comunicação