Além da fama, respectivamente nas áreas esportiva e musical, Pelé, Roberto Dinamite (ambos em memória), Simony e Preta Gil possuem outro ponto em comum: a luta contra o câncer de intestino (ou colorretal), que representa 10% dos tipos desta doença no mundo, segundo levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) também apontam que, em 2023, haverá aproximadamente 44 mil novos casos de câncer colorretal no Brasil, sendo 70% destes nas regiões Sul e Sudeste.
Por isso, para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença, o mês de março foi escolhido, desde o ano passado, para a realização da campanha “Março Azul-Marinho”. Em 2023, o tema é “Saúde é prevenção. Cuide de você, evite o câncer de intestino”.
O chefe do Serviço de Endoscopia Digestiva e Terapêutica do HCFMB, Dr. Cássio Vieira de Oliveira, aponta que o câncer colorretal engloba tumores que surgem no intestino grosso, cólon, reto e ânus, acometendo tanto homens quanto mulheres, principalmente a partir de determinadas faixas etárias. “Nos últimos anos, percebemos o aumento de casos deste tipo de doença, até mesmo em pessoas mais jovens, por conta do estilo atual de vida da sociedade. Mas a maior prevalência do câncer colorretal continua sendo a partir dos 45 anos de idade”.
Os principais fatores de risco para a doença são: histórico familiar de casos, obesidade, etilismo, tabagismo, sedentarismo e dieta rica em carne defumada. Em relação aos sintomas, Dr. Cássio alerta que os sinais aparecem, geralmente, no estágio mais avançado da doença. “Sangramentos nas fezes, alterações abruptas no hábito intestinal, anemia e perda de peso são sintomas importantes que precisam ser investigados. Por isso, o diagnóstico precoce, aliado ao estilo de vida saudável, é fundamental para aumentar as possibilidades de cura”.
Como rastrear e prevenir o câncer colorretal?
Uma das formas de rastreamento, prevenção e diagnóstico precoce do câncer colorretal é a colonoscopia, um exame que analisa a saúde do final do intestino delgado, do cólon e do reto, a partir de um aparelho flexível com iluminação e uma câmera em sua extremidade. O procedimento tem a função de avaliar possíveis lesões na superfície interna do intestino.
Mensalmente, estima-se a realização de 120 a 150 colonoscopias no HCFMB. “Para fins de prevenção, o exame está indicado no Brasil para pessoas acima de 45 anos. Existem alguns fatores que podem diminuir esta idade mínima, como histórico de familiares de primeiro grau com câncer de intestino, pacientes com investigação de anemia, diarréia crônica, sangramento ou perda de peso”, explica Dr. Cássio.
O endoscopista reforça a importância da colonoscopia para o diagnóstico precoce do câncer. “Com o exame, podemos detectar lesões com eventual possibilidade de evolução para câncer, mas ainda benignas, que chamamos de pólipos adenomatosos ou adenomas. Eles podem ser ressecados e retirados para um acompanhamento posterior do paciente. Já em fase oncológica, se descoberto em um estágio inicial, conseguimos, muitas vezes, realizar um tratamento endoscópico, evitando cirurgias e sessões de quimioterapia”.
Mutirão de Colonoscopias foi realizado na última semana
Aproveitando o Março Azul-Marinho, o Serviço de Endoscopia Diagnóstica e Terapêutica do HCFMB realizou um mutirão de colonoscopias no último dia 11, no setor de Endoscopia.
Cerca de 30 procedimentos diagnósticos foram realizados durante todo o dia, sendo destinados somente a pacientes atendidos e / ou que fazem o acompanhamento diretamente no HCFMB, já selecionados previamente por critérios de urgência.
“Agradecemos o apoio da Diretoria de Assistência do HCFMB e o empenho de toda a equipe, desde a parte de secretárias, equipes técnicas de enfermagem, enfermeiros e médicos participantes. Outros mutirões já aconteceram em 2016 e 2018 e, provavelmente, haverá mais ações desta natureza em 2023. Com estes exames, temos diagnósticos mais precisos e aumentamos o nível de prevenção e diagnóstico precoce”, encerra.
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