“Por trás de qualquer aplicação de Inteligência Artificial (IA), há um elemento indispensável e insubstituível: a inteligência humana.” A afirmação da coordenadora do Núcleo de Inteligência Artificial (NIA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp (HCFMB), Silvia Rogatto, reforça a essência dessa tecnologia como ferramenta estratégica para o fortalecimento das atividades profissionais.
Refletindo sobre a forma como a IA poderia auxiliar no Sistema Único de Saúde (SUS), o HCFMB implementou, no final de 2024, o NIA. “A partir do momento em que se criou o NIA, foram vislumbradas algumas ações que poderiam contribuir com a Instituição. Estamos sempre modificando, estudando e fazendo reuniões semanais para discussões de projetos que promovam o desenvolvimento de ações inovadoras na área”, explica Silvia.
Ainda de acordo com a especialista, a IA não se propõe a substituir pessoas, mas a apoiar a tomada de decisões, aprimorar processos e contribuir para a construção de soluções inovadoras que elevem a qualidade da gestão, da assistência e da pesquisa em saúde.

“Tudo começou em 2024 quando iniciei minhas atividades no HCFMB e promovi uma discussão sobre o uso de IA em uma possível parceria com um grupo de pesquisadores da Dinamarca e da Alemanha. Embora a parceria não tenha sido viabilizada à época, houve interesse da Superintendência do Hospital para viabilizar o Núcleo. Criar uma estrutura que, por etapas, pudesse contribuir com a melhoria dos setores administrativos, implementar ferramentas que fossem úteis para a comunidade, que agilizassem os serviços médicos e contribuíssem com as pesquisas desenvolvidas na Instituição”, frisa a coordenadora do NIA.
A implantação do NIA ocorreu de forma concomitante com uma série de ações. “Implementamos reuniões temáticas com a comunidade do HCFMB para conhecer, discutir e entender a amplitude das ferramentas de IA, suas aplicações e como a Instituição poderia se beneficiar. Para isso, foram realizadas palestras com pesquisadores experts da área”, ressalta Silvia. Também foram realizadas chamadas para a apresentação de propostas de forma a implementar os primeiros resultados de ferramentas de IA nos diferentes departamentos do Hospital.
Projetos
Em apenas um ano de atendimento, o NIA já teve 30 projetos de diferentes setores cadastrados – Núcleo de Hospitais Sustentáveis, Gerência de Engenharia Clínica, Núcleo de Faturamento de Convênios Médicos, Núcleo de Suprimento e Abastecimento, Gerência de Gestão Corporativa, Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), Comitê de Privacidade e Segurança da Informaçāo, Gerência de Planejamento, Ouvidoria e Núcleo de Gestāo da Qualidade.

“Em 2025 concluímos vários projetos, dentre eles a anonimizaçāo de dados, laudos médicos, gestão inteligente de leitos, acompanhamento do estoque (etapa dashboard e disparador de e-mails), ferramenta para auxiliar na prevenção e detecção de vazamento de dados, banco de dados oncológico e laudos anatomopatológicos, entre outros”, frisa Silvia.
De acordo com ela, as propostas submetidas ao NIA passam por uma avaliação prévia para verificar sua viabilidade, pois algumas “podem não ser da nossa competência”.
Equipe
São seis profissionais especializados que atuam no NIA atualmente e há expectativa para o aumento do quadro para 2026. “Os funcionários do NIA são qualificados para o exercício da função e a executam com competência e eficiência”, finaliza Silvia.












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