Ouvir música faz parte da história de muitas pessoas desde os primeiros anos de vida, e muitas pesquisas apontam a importância das canções infantis para o desenvolvimento integral das crianças. Porém, quando a vida apresenta grandes desafios para os pequenos, as melodias parecem se calar em um primeiro momento.
Nesta semana que antecede o Dia das Crianças, celebrado no próximo dia 12, o Personagens HC mostra uma iniciativa voluntária de servidores da Enfermaria de Pediatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) para que os acordes de esperança voltem a tocar em muitas vidas: o Coral “Cantando com Alegria”.
Composto por funcionários, o Coral tem o objetivo de amenizar um pouco o estresse da hospitalização, levar alegria às crianças e fortalecer a fé de cada um. Entre uma medicação e outra, também é aplicada uma injeção de ânimo por meio de canções infantis e religiosas, de diversas denominações. Existe um repertório fixo do grupo, mas também são atendidos pedidos musicais dos pequenos pacientes.
Solange Motilo, enfermeira da Pediatria, conta que a história do Coral começou a ser desenhada há mais de 20 anos. “Em 2001, trazia o meu violão para o Hospital e, nas horas vagas, tocava canções religiosas para pacientes, servidores e acompanhantes. Observei, ao longo do tempo, os benefícios desta ação para todos e comecei a chamar mais pessoas para participarem. Vários voluntários aceitaram o convite e a missão cresceu até que, há quase sete anos, formou-se o Coral”.
Atualmente, a “violeira” do grupo é a recreacionista Laura Vieira, que está no HC desde 2015 e que enfatiza o poder da música não somente para os pacientes, mas também a quem cuida do amor de alguém. “A música traz consolo às famílias quando não sabemos mais o que dizer; traz alegria para as crianças desanimadas, que se levantam pra dançar. Quando começamos a cantar, o ambiente muda. Todas as vezes, eu saio diferente daqui, é sempre muito especial fazer parte desta missão”.
A supervisora técnica da Enfermaria de Pediatria, Janaína Chinaque Francisco, que também canta no projeto, conta que a missão do Coral se resume nos sentimentos de amor e de fé, mesmo nos momentos mais difíceis. “Certa vez, um paciente pediu para que cantássemos para ele na UTI e, no dia seguinte, ele veio a falecer. Eles esperam muito por este momento e temos várias crianças que só saem do leito no dia em que o pessoal canta, e isso é muito gratificante”.
Além da Pediatria, a intenção é expandir o trabalho para outras Enfermarias e inspirar outras pessoas, apresentando o projeto também externamente, como no encerramento da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) do campus da Unesp Botucatu em 2017. “Esta missão é muito especial para nós também, pois necessitamos da presença divina em nosso dia-a-dia, e é exatamente isso que sentimos. Que Deus nos abençoe para que o Coral só cresça e nunca acabe”, encerra Solange.
Comentários