Serviço de Nefrologia do HCFMB: conheça a realidade e os desafios da área

Um Serviço Médico dividido em três grandes áreas. Assim pode ser classificado o Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). O Setor abarca o Serviço de Diálise, Nefrologia Clínica e Transplante Renal.

Entre os meses de janeiro e julho de 2023, foram aproximadamente 4.000 pacientes atendidos em ambulatórios da Nefrologia Clínica e Diálise, mais de 18.000 sessões de hemodiálise realizadas em pacientes crônicos e mais de 1.900 sessões de diálise em pacientes com injúria renal aguda. A equipe de Nefrologia atendeu mais de 570 interconsultas solicitadas por médicos de outras especialidades.

“Temos buscado o crescimento e a integração entre as áreas e com os serviços de saúde do SUS para ajudar na transformação do HCFMB em sua missão de ser um hospital de nível terciário, contribuindo com a qualidade da assistência aos pacientes e o aporte de recursos”, explica a Chefe do Serviço de Nefrologia, Drª Vanessa dos Santos Silva.

Atendimento Ambulatorial

Por se tratar de uma área que engloba diferentes especificidades, o Serviço dividiu os Ambulatórios com objetivo de melhorar os atendimentos dos pacientes. As consultas acontecem de segunda a sexta-feira nos períodos da manhã e tarde.

Na Unidade de Diálise, os atendimentos são sempre multiprofissionais, com uma equipe de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, nutricionistas e assistente social. A área é responsável pelos ambulatórios de Diálise Peritoneal, Pré-Diálise e Cuidados Paliativos, além dos atendimentos dos pacientes em diálise peritoneal no HCFMB.

Atendimentos ambulatoriais são realizados durante a semana no Prédio dos Ambulatórios

No prédio dos ambulatórios, a equipe da Nefrologia Clínica diversifica suas atividades em ambulatórios de Hipertensão Arterial, Hipertensão Arterial Especial, Insuficiência Renal Crônica, Nefrologia Adulto, Distúrbios Minerais Ósseos, Triagens, Glomerulonefrite, Doenças Raras, Injúria Renal Aguda, Retorno Rápido Pós-Alta e o Centro de Infusão de Medicamentos de Alto Custo (Cidmac).

No Setor de Litotripsia, a Nefrologia é responsável pelo ambulatório de Metabolismo em Litíase Renal. No Serviço de Transplante Renal, Ambulatório de doadores e seguimento após transplante foram 6.733 atendimentos entre os meses de janeiro e julho de 2023.

Atendimentos Hospitalares

Pacientes internados pela nefrologia em pronto socorro ou enfermarias são acompanhados pela equipe de médicos, residentes e equipe multiprofissional buscando prestar assistência humanizada e com competência clínica.

Os pacientes internados por outras especialidades, mas que necessitam de avaliação e acompanhamento com a nefrologia, são avaliados pelo grupo de profissionais médicos e equipe multiprofissional da equipe da Injúria Renal Aguda (IRA).

A equipe da nefrologia é responsável pela inserção da maioria dos cateteres necessários para o tratamento por meio de hemodiálise ou diálise peritoneal, assim como a realização de biópsias renais em rim nativos ou transplantados.

Profissionais médicos do Serviço de Nefrologia discutem casos clínicos

Encaminhamentos

O HCFMB é vinculado à Secretaria Estadual de Saúde (SES) e, por isso, recebe pacientes de aproximadamente 70 municípios, pertencentes ao Pólo Cuesta e Vale do Jurumirim.

Os pacientes que necessitam de avaliação especializada do nefrologista, provenientes de Botucatu e região, após avaliação de médicos que atendem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), AMEs (Botucatu e Avaré), Pronto Socorro e Centro de Saúde Escola (CSE) – Vila dos Lavradores e Vila Ferroviária -, podem ser encaminhados para o HCFMB via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS).

“Na diálise, somos referência para os municípios do Pólo Cuesta. A Nefrologia Geral é referência para as cidades do Pólo Cuesta e Vale do Jurumirim (parte da DRS VI). Já o transplante renal extrapola os limites dos municípios do DRS-VI”, lembra Drª. Vanessa.

Chefe do Serviço de Nefrologia, Drª. Vanessa dos Santos Silva

Para cada aspecto patológico apresentado pelo paciente há um direcionamento. “Recebemos pacientes encaminhados via CROSS provenientes das Unidades de Saúde dos Municípios da DRS VI (Pólo Cuesta e Vale do Jurumirim) para a nossa triagem geral e pacientes com glomerulopatias, hipertensão secundária, doença renal crônica ou que necessitem de seguimento pré-diálise, encaminhados pelos nefrologistas que atendem nos AMEs e CROSS, sob a gestão da coordenação da DRS VI”, frisa Drª. Vanessa.

Sobre a Unidade de Diálise do HCFMB

Em funcionamento desde 1982, a Unidade de Diálise do HCFMB apresenta crescimento contínuo e sucessivas ampliações. Atualmente, oferece todos os procedimentos dialíticos existentes para pacientes com insuficiência renal aguda e crônica, sendo referência internacional em diálise peritoneal para pacientes agudos. Cerca de 40 mil sessões de hemodiálise são realizadas por ano, atendendo centenas de pacientes ambulatoriais, com destaque para os ambulatórios específicos de doença renal crônica e pré-diálise.
 
 
Unidade de Diálise para Pacientes Internados (UDiPI)

Há três anos, o HCFMB inaugurou sua Unidade de Diálise para Pacientes Internados (UDiPI). Localizada na Enfermaria de Clínica Médica, o Serviço conta com uma estrutura exclusiva para pacientes internados com diferentes doenças renais, que levem à necessidade de hemodiálise temporária ou definitiva, de acordo com a avaliação médica e nível de complexidade. O HCFMB é uma das poucas instituições públicas que oferece esse tipo de serviço.

Transplante Renal

Existente desde 1987, o Serviço de Transplante Renal do HCFMB já conquistou o prêmio da Secretaria de Estado da Saúde “Destaque em Transplantes e Captação” na modalidade de Transplante Renal. No ano de 2023, já foram realizados 89 transplantes renais no HCFMB.

Desafios atuais

Com o envelhecimento da população e o aumento dos fatores de risco para doença renal: hipertensão, diabetes, obesidade, vivemos um aumento progressivo do número de pessoas com doença renal crônica.

“Há mais de um ano, o Serviço de Nefrologia tem menos vagas de diálise do que os nossos pacientes necessitam. Muitos pacientes que precisam ser submetidos à hemodiálise de forma crônica acabam internados para iniciar o tratamento e aguardam pela vaga em uma estadia hospitalar prolongada”, salienta Drª. Vanessa.

Essa realidade impacta na saúde física e mental dos pacientes. “O desafio maior do serviço é trabalhar com as demais especialidades que prestam assistência ao paciente com doença renal na construção de medidas que possam prevenir o desenvolvimento ou a progressão das doenças renais, ao mesmo tempo que precisamos crescer na oferta de vagas para as terapias substitutivas, como diálise e/ou transplantes renais”, finaliza Drª. Vanessa.

Profissionais médicos da Nefrologia durante atendimento ambulatorial