Tempestade em Botucatu expõe vulnerabilidade climática e reforça importância das ações sustentáveis do HCFMB

Árvore caída em função da tempestade de 22 de setembro / Vivian Abílio

Artigo escrito pela médica e coordenadora do Comitê de Sustentabilidade e Núcleo de Hospitais Sustentáveis do HCFMB, Karina Pavão Patrício

Na tarde do último 22 de setembro, Botucatu foi atingida por uma tempestade severa, com rajadas de vento que chegaram a 106 km/h, nível equivalente a uma “tempestade violenta” segundo a escala de Beaufort. O fenômeno provocou quedas de árvores, postes e estruturas metálicas, deixando bairros inteiros sem energia elétrica e trazendo prejuízos materiais significativos. Assim como a cidade de Botucatu, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp (HCFMB) e o campus da Unesp também sofreram impactos físicos e emocionais com a tempestade, deixando claro que estamos todos vulneráveis.

Especialistas apontam que a ocorrência de eventos climáticos extremos, como tempestades mais intensas, está relacionada ao avanço das mudanças climáticas globais. O aumento da temperatura média do planeta e a alteração nos regimes de chuva e circulação atmosférica favorecem a formação de fenômenos cada vez mais destrutivos.

Esse episódio serve como alerta para a urgência de mudanças de hábitos individuais. Reduzir o consumo de energia, optar por meios de transporte menos poluentes, evitar desperdícios e adotar práticas de consumo consciente são medidas que contribuem para diminuir as emissões de gases de efeito estufa, principais responsáveis pelo aquecimento global.

No âmbito institucional, o Comitê de Sustentabilidade do HCFMB vem desempenhando papel de destaque ao integrar as dimensões ambientais, sociais e de governança (ESG) às estratégias do hospital. Além dele, desde 2013, o Núcleo de Hospitais Sustentáveis atua na implantação de ações voltadas à mitigação dos gases de efeito estufa e à disseminação da cultura de sustentabilidade em todas as unidades do HCFMB. Essas iniciativas vêm promovendo eficiência energética, gestão responsável de resíduos e conscientização ambiental, além de resultados expressivos: até 2020, o HCFMB reduziu em 33,4% suas emissões de gases de efeito estufa e, até 2024, alcançou mais 17% de redução. Reforçando esse compromisso, a Superintendência instituiu a sustentabilidade como um dos pilares do Balanced Scorecard (BSC), consolidando a pauta climática e socioambiental na gestão estratégica do hospital.

Apesar desses avanços, é essencial que todos os servidores compreendam a gravidade do momento histórico que estamos vivendo. As mudanças climáticas estão diretamente relacionadas às nossas atitudes diárias, seja em casa ou em nosso serviço, impactando a vida de cada um de nós.

A tempestade de setembro, que bateu à nossa porta em Botucatu, escancara a urgência desse problema global que já afeta a vida cotidiana. É imperativo que ajamos agora, unindo esforços da sociedade civil, instituições e gestores públicos, para enfrentar os impactos das mudanças climáticas e construir um futuro mais resiliente e sustentável.