O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), referência na região para atendimentos de alta complexidade, conta, desde 24 de junho de 2014, com uma unidade especializada no atendimento integral de pacientes vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral). A novidade é que o serviço foi credenciado, no último dia 29 de junho, pelo Ministério da Saúde, como Unidade de AVC tipo III (de cuidados semi-intensivos), o nível mais alto na hierarquia dessa modalidade de assistência. Há apenas outras três no Estado de São Paulo.
O HCFMB é o segundo do interior do Estado de São Paulo a receber esse reconhecimento, depois de passar por um processo de certificação que durou 20 meses. “Estamos muito satisfeitos, pois o Ministério da Saúde reconheceu nossa Unidade de AVC como um Centro de Excelência. Somos, hoje, uma Unidade onde se pratica assistência, ensino e pesquisa”, explica o médico neurologista, Dr. Gabriel Braga, coordenador do Serviço.
Vantagens – Com o credenciamento, a Unidade de AVC, que atende pacientes de 13 municípios da região pertencente ao Polo Cuesta, passa a receber recursos para cobrir as despesas com seus 10 leitos de internação, além de contar com o custeio de um medicamento específico para o tratamento do AVC: o Alteplase. Até então, todo esse financiamento era de responsabilidade do próprio HCFMB. “Agora, com esses novos recursos financeiros, será possível equilibrar as contas”, destaca Braga. “Esse credenciamento faz parte do processo de construção de uma rede de unidades de AVC no Brasil”, completa.
A Unidade de AVC, que conta com o suporte de uma equipe multiprofissional, formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas, atende a aproximadamente 30 pacientes por mês, sendo que cinco deles, em média, passam pelo tratamento específico com o medicamento Alteplase. “Só têm condições de serem submetidos a esse tratamento específico, que reduz em até 30% as chances de sequelas, os pacientes que chegarem até a Unidade dentro de 4 horas e meia após o início dos sintomas do AVC. É o intervalo de tempo que chamamos de janela de trombólise. Trata-se do tempo máximo que temos para aplicar o medicamento intravenoso (pela veia do paciente)”, explica o coordenador da Unidade.
Os pacientes atendidos na Unidade de AVC – 50% deles originários de Botucatu – permanecem internados por 15 dias e seu quadro pode ter três evoluções distintas: encaminhamento para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em caso de piora; transferência para uma enfermaria ou alta hospitalar. Após deixar a Unidade de AVC, o paciente ainda é acompanhado em um ambulatório especializado, no próprio HCFMB, durante seis meses, e depois reencaminhado para a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua residência.
Parceria com o SAMU – O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Botucatu é um dos grandes aliados da Unidade de AVC do HCFMB e responsável por aumentar significativamente as chances de os pacientes terem uma recuperação adequada. Um estudo realizado entre os anos de 2011 e 2012, com pacientes que foram levados ao Hospital das Clínicas pelo SAMU, constatou que aumentou em cinco vezes as chances de as pessoas vítimas de um AVC receberem o tratamento trombolítico (intravenoso, com o medicamento específico) em comparação com aqueles que foram socorridos por outros meios. “Por isso, recomendamos que, quando houver suspeita de AVC, a pessoa que estiver prestando o socorro acione imediatamente o SAMU pelo telefone 192”, salienta Braga.
Sintomas do AVC – É possível suspeitar que uma pessoa esteja sofrendo um AVC ao observar alguns sinais como: paralisia em apenas um lado do corpo, alteração da sensibilidade de algum membro (sensação de amortecimento repentino), alteração na fala e alteração na visão.
Fatores de risco – O Acidente Vascular Cerebral pode ser causado, principalmente, pela hipertensão (pressão alta), tabagismo, diabetes, arritmia cardíaca (fibrilação atrial) e sedentarismo. O AVC, apesar de ser um risco para pessoas de todas de todas as idades, é mais comum em homens entre 65 e 70 anos.
Sequelas – Aproximadamente 70% dos pacientes vítimas de AVC não conseguem retornar ao trabalho por ter ficado com algum tipo de sequela, que podem variar desde uma leve paralisia facial até a pessoa permanecer em estado vegetativo pelo resto da vida.
4toques comunicação – Assessoria de Comunicação e Imprensa
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