O verão e as férias escolares chegaram e, junto com eles, uma série de precauções devem ser tomadas para evitar problemas de saúde que atacam as crianças com mais frequência nessa época do ano. Segundo a pediatra e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu Unesp, Cátia Fonseca, os pais devem se atentar para diversos fatores com o objetivo de garantir a saúde das crianças no verão. “Os cuidados com as crianças devem ser redobrados nesta época do ano, mantendo o uso regular do protetor solar, repelentes, roupas leves, hidratação oral constante com água ou sucos naturais, dieta mais leve e rica em frutas e verduras ou legumes, além de mantê-las em locais seguros e sempre com a supervisão de um adulto, para garantir que não acontecerá nenhum acidente”, explica.
Entre as doenças oportunistas dessa época o ano, as famosas “viroses” são as que mais preocupam os pais. Conforme a pediatra explica, virose é uma maneira genérica de chamar algumas doenças, quando não se consegue confirmar o vírus causador de um problema. Os tipos de viroses mais frequentes nesta época do ano são as gastroenterites virais, que causam vômitos e diarreia, podendo levar a criança à desidratação, debilitando seu organismo e, se não avaliada e tratada adequadamente, podem resultar em casos mais graves e até ao óbito. Elas são contraídas pela ingestão de alimentos ou água contaminada. Os vírus também podem ser disseminados em meios aquáticos, como mar, piscinas e lagoas.
Já a pele das crianças exige uma atenção especial. Conforme a especialista, é imprescindível que os pais passem protetor solar regularmente, cerca de 30 minutos antes da exposição ao sol, devendo ser reaplicado de 3 a 4 horas depois, até o sol se por. Ela reforça que as crianças não devem ser expostas ao sol das 10 às 16 horas.
Quanto aos protetores solares encontrados em supermercados e farmácias (na versão Kids), podem ser usados em crianças acima de 6 meses de idade. Para crianças entre 6 meses e 2 anos, deve-se escolher um protetor solar composto por filtros físicos, descrição geralmente escrita na embalagem, pois é mais eficiente para essa faixa etária.
O fator de proteção solar, ou FPS, indicado para crianças é acima de 30, porém, se a pele for muito clara, pode-se aplicar o FPS 40. Protetores que tenham resistência à água e que não ardam os olhos também são recomendados. Sempre que possível, o protetor deve ser aplicado em casa, com a criança sem roupa, para que nenhuma parte seja esquecida.
Para bebês menores de seis meses, os protetores solares devem ser manipulados e sem produtos químicos. A pele dos bebês tem maior absorção do produto e, além disso, os bebês não conseguem eliminar o produto devido a imaturidade de seu sistema excretor. O protetor solar então deve conter somente o que se chama de protetor de barreira, que impede o sol de agredir a pele da criança.
Já para as alergias ocasionadas pelas picadas de insetos, a médica afirma que a melhor arma é a prevenção, pelo uso de repelentes. “É importante avaliar o uso de repelentes com pouca química, mais apropriados para crianças, e também os mais naturais contendo Neen, lavanda, citronela, facilmente encontrados em farmácias normais ou de manipulação. Além disso, é importante não esquecermos que, além das picadas e reações alérgicas, nos dias de hoje há grande preocupação com a dengue, chikungunya e mesmo o zica vírus, principal motivo para o uso de repelentes com certificação e reconhecimento”, afirma. A pediatra ainda complementa. “Ocorrida a picada, os cuidados no local afetado devem ser imediatos, lavando várias vezes com água e sabonete, para evitar infecções secundárias. O uso de antialérgicos tópicos e mesmo orais, com prescrição médica pediátrica, pode ser necessário. No caso de edema maior, ou indícios de falta de ar e tosse seca, que podem ser sinais de uma reação alérgica mais grave, os pais devem buscar a avaliação pediátrica imediata”, finaliza.
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