Covid-19 e meio ambiente – descarte correto de resíduos

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), por meio de sua Unidade Especial de Saúde Sustentável (UESS), publica nesta terça-feira, 14, a quinta matéria da série sobre a Covid-19 e o meio ambiente, mostrando alguns desafios e caminhos para melhorar a sustentabilidade do planeta pós-pandemia. Veja as matérias anteriores desta série:

Covid-19 e meio ambiente – uso de copos descartáveis (07/07)
Covid-19 e meio ambiente – impacto ambiental e social dos tecidos (30/06)
Covid-19 e mudanças climáticas – momento decisivo para transformações (23/06)
Covid-19 e Meio Ambiente: uma oportunidade de transformação (16/06)

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Com a pandemia da Covid-19, será que a humanidade está aumentando ou diminuindo a quantidade de lixo que produz? Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2018, cada brasileiro produziu 1,039 kg de resíduos diariamente, gerando em torno de 217 mil toneladas por dia, e grande parte disto é descartado de forma irregular (somente 59,5% tiveram disposição final adequada nos aterros sanitários). Já o Estado de São Paulo gerou, naquele mesmo ano, 101.825 toneladas de resíduos (cada habitante descartou 2,240 Kg) e, em Botucatu, a média foi em torno de 900 gramas.

Imagem ilustrativa | Freepik – www.freepik.com

Segundo a mesma associação, estima-se que, por conta das medidas de segurança necessárias na quarentena, poderá haver um aumento de 15 a 25% na quantidade de resíduos sólidos domiciliares e um crescimento de 10 a 20 vezes na geração de resíduos hospitalares em unidades de atendimento à saúde.

Mas nem todo resíduo que tem origem em ambientes hospitalares é considerado infectante, como aponta a coordenadora da UESS do HCFMB, Prof.ª Karina Pavão. “Embora se tenha o receio de que todo lixo produzido por um hospital é contaminado, a estatística é outra: de 70 a 90% dos resíduos dos serviços de saúde deveriam ser resíduos comuns, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)”.

Prof.ª Karina ainda relata que, em novembro do ano passado, foi implantada a Coleta Seletiva em toda a FMB e, para 2020, a UESS do HCFMB planeja iniciar um projeto piloto de Coleta Seletiva no Centro Cirúrgico e Farmácias do Hospital. “Segundo dados da literatura, até 70% dos resíduos dentro dos centros cirúrgicos podem ser potencialmente recicláveis. Em 2019, o lixo comum total do HC foi de 61% e este número pode ser melhorado com a separação e descarte adequados em cada setor”, afirma.

Como descartar os resíduos corretamente em tempos de pandemia?

– Pense na quantidade de resíduo que você está gerando e pratique alguns dos 7 R’s da sustentabilidade (Reduza, Repense, Responsabilize-se, Reintegre, Recuse, Reaproveite, Recicle)
– Não jogue sua máscara usada na rua, pois você pode estar positivo e assintomático e, assim, contaminar outras pessoas;
– Pense nos coletores e acondicione todo o resíduo de forma segura.

Se você for um caso suspeito da Covid-19 ou apresentar um diagnóstico positivo para esta doença, separe e identifique os resíduos adequadamente: descarte lenços, toalhas de papel, fraldas ou papel higiênico em um (primeiro) saco plástico, fechando-o ao final do uso; depois, colocar dentro de outro saco, que deve ser firmemente fechado ao fim de seu uso e dispor para coleta domiciliar de rejeitos (resíduos não recicláveis), de modo a não causar problemas para o trabalhador da coleta e para o meio ambiente.