Dia Mundial do Doador de Sangue: heróis que salvam vidas

O que é ser herói? Nas produções culturais, filmes e histórias em quadrinhos, bastava ter uma capa, um poder especial e uma identidade secreta para salvar os personagens em perigo. Mas existem heróis, anônimos e sem capa, que estendem as mãos para liberar o poder do amor, que salva até 4 vidas. Eles são os doadores de sangue, cujo dia mundial é celebrado nesta terça-feira, 14 de junho.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que um país deve ter de 3% a 5% de doadores em relação ao total da população, para manter um estoque seguro para atender a todos os pacientes que necessitem de algum elemento do sangue. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, esta porcentagem não chega à 2%.

No ano de 2021, o Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) recebeu mais de 13 mil doadores aptos, sendo 12.873 doadores de sangue total e 774 doadores por aféreses (principalmente, de plaquetas).

Dr. Cláudio Lucas Miranda

De acordo com Dr. Cláudio Lucas Miranda, Diretor do Departamento de Apoio à Assistência do HCFMB, para manter os estoques do Hemocentro em níveis seguros, seriam necessários, ao menos, 18 mil doadores aptos por ano. “Temos nos desdobrado para ampliar o número de novos doadores. Estratégias de descentralização da coleta em locais fora do Hospital, como no Programa do Hemocentro Itinerante ou ações em locais públicos melhoram muito o acesso aos doadores e, com isso, a oferta de sangue aos nossos pacientes”.

Um integrante desse time de heróis é o carteiro aposentado botucatuense José Roberto de Almeida, 56 anos, que, há mais de 3 décadas, é doador de sangue no Hemocentro do HCFMB. “Minha primeira doação foi em 1991, quando a mãe do meu patrão, na época, foi operada. Na segunda, foi a vez do irmão de um colega de trabalho ser operado do coração, uma criança, e também fui chamado para doar sangue. A partir de então, sempre que me pediram para ajudar, estava no Hemocentro para realizar este gesto”.

Com o passar do tempo, Sr. José passou a doar sangue com mais freqüência. “Na fase mais aguda da pandemia, me questionavam se eu ia mesmo doar sangue, e fui com todo cuidado e proteção. Graças a Deus, sempre tive boa saúde e retribuo esta graça podendo trazer vida a quem mais precisa”.

Para quem ainda não fez este gesto de amor, Sr. José tem uma mensagem de incentivo. “Sei que algumas pessoas têm medo, mas acredito que, quem não possui impedimentos de saúde, deve transformar este simples gesto em um hábito. Não custa nada e, além de salvar vidas, beneficia a sua própria saúde. Sinto muita satisfação a cada vez que venho aqui e espero poder doar até a idade limite, sabendo que fiz o bem ao próximo”, encerra.