De acordo com dados atualizados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), até o final de 2015, cerca de 576 mil pessoas desenvolverão câncer no Brasil. A previsão para 2016 é ainda mais preocupante, pois a expectativa é de que aproximadamente 296 mil homens e 300 mil mulheres sejam afetados pela doença no próximo ano, totalizando cerca de 596 mil novos casos. Conforme o médico coordenador do setor de Oncologia Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Rafael Gaiolla, só no setor são realizadas 2.300 consultas e detectados, em média, de 50 a 60 casos de câncer por mês. Durante o ano de 2014 foram realizados aproximadamente 27.800 atendimentos, nos setores de oncologia clínica, onco-hematologia e oncologia pediátrica.
Segundo o Inca, câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Em 1988, foi promulgada a portaria 707 do Ministério da Saúde, que instituiu o dia 27 de novembro como o Dia Nacional de Combate ao Câncer, com a finalidade de mobilizar a população quanto aos aspectos educativos e sociais no controle da doença.
Gaiolla explica que todo esforço para a conscientização da população sobre o câncer é válido, mas devido à complexidade da doença, não é possível preveni-la, por isso a importância do diagnóstico precoce. “O diagnóstico precoce de determinados tipos de câncer está associado a uma menor taxa de complicações e maiores chances de cura. Assim, recomenda-se que, por exemplo, as mulheres mantenham consultas regulares com o médico ginecologista e os homens acima de 50 anos com urologista para rastreamento de câncer de mama e próstata, respectivamente”, alerta.
O fator genético também deve ser considerado na detecção da doença. “Em algumas situações, quando há casos frequentes de determinado tipo de câncer em uma família, faz-se necessária uma vigilância ainda mais rigorosa, pois alguns tipos de câncer, como por exemplo de mama, de intestino e alguns tipos de linfomas, têm caráter hereditário, o que significa que se algum parente de primeiro grau desenvolver a doença, seus descendentes têm mais chances de a desenvolverem também”, esclarece o especialista.
A pessoa que desenvolve a doença é direcionada pelos médicos para o tipo mais adequado de tratamento. “Sempre que consideramos um tratamento, seja ele quimioterapia ou radioterapia, consideramos os prós e contras. Se o tratamento é indicado, significa que provavelmente ele trará benefício ao paciente, com a chance de controle da neoplasia, melhora dos sintomas e, eventualmente, a cura. Porém, todo tratamento quimioterápico ou radioterápico tem efeitos adversos, que podem ser leves ou intensos. Os efeitos adversos mais comuns são a náusea, vômitos, diarreia e redução da contagem de glóbulos brancos levando à queda na imunidade. Esses efeitos colaterais são controlados com medicamentos que são administrados juntamente com a quimioterapia e alguns medicamentos que o paciente toma em casa”, comenta Gaiolla.
Ainda segundo o médico, o tipo de câncer mais comum nas mulheres é o câncer de mama. Nos homens, câncer de próstata. O segundo tipo mais comum é o câncer de cólon, para ambos os sexos.
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