Joan Benoit Samuelson, primeira campeã da história da maratona feminina em 1984, afirmou, certa vez, que “correr é mais do que apenas colocar um pé na frente do outro; é sobre nosso estilo de vida e quem somos”. O protagonista do Personagens HC de hoje encontrou, em meio à correria do cotidiano, uma prática esportiva que mudou a sua vida para sempre.
Mário Nogueira Bruder trabalha no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) há 10 anos, sempre no Departamento Econômico, Financeiro e Contábil e, atualmente, exerce suas funções no Núcleo de Orçamento. Entre números e planilhas, o servidor percebeu, ao longo do tempo, que faltava algo em sua rotina.
“O cotidiano me trazia muito estresse e preocupação e, sendo sedentário, não gastava a energia acumulada no dia-a-dia. Por conta disso, fiquei doente e, em 2014, precisei procurar um médico que, além do tratamento, me sugeriu realizar uma atividade física. Comecei a fazer uma caminhada e, quando vi, já estava fazendo as primeiras corridas, tentando sempre superar meus limites”.
Com a ajuda de amigos, Mário foi inserido à prática regular da corrida o que, em um primeiro momento, trouxe um incômodo para ele. “Eu tinha medo de me cobrar demais por resultados e de transformar em cobrança o que era para ser apenas uma descontração. Porém, depois que comecei a competir, não parei mais e a insegurança deu lugar à vontade de ser melhor para os outros e de competir de forma saudável com os amigos, podendo dar um abraço sincero neles depois das provas e fortalecendo a amizade. Este é um prazer maior do que a própria classificação final”.
Em 2015, Mário participou de sua primeira prova, uma corrida rural de 16 km, em que já alcançou um lugar no pódio. Nestes quase 8 anos, esta cena se repetiu mais 85 vezes, em 92 corridas disputadas, e a coleção de camisetas e medalhas só aumentou. “Venci praticamente todas as corridas realizadas em Botucatu e, à medida que os resultados foram aparecendo, fui ficando mais conhecido no meio e comecei a me inscrever em corridas regionais e estaduais, além de meia e ultra maratonas, como o Ultra 70k Brasil Ride. Cheguei a ficar no Top 100 de uma meia-maratona em São Paulo e foi uma corrida inesquecível para mim”.
Com treinos de, no mínimo, uma hora por dia, seis dias por semana, o servidor pensa em realizar alguns sonhos no mundo do atletismo. “Quero disputar efetivamente a São Silvestre em seu centenário, no ano de 2025, quando eu completar 50 anos, para ver o meu desempenho em relação aos mais jovens. Quero baixar tempo e aumentar a minha velocidade, um desafio que só aumenta conforme o avanço da idade”.
Para quem deseja iniciar sua trajetória em busca de uma vida mais saudável e, possivelmente, ingressar no mundo das corridas, a primeira atitude que Mário recomenda é procurar um médico. “Fazer os exames necessários e ver a real situação de seu organismo é muito importante para começar uma atividade física com segurança e sem riscos. Com todos os exames em dia, então se pode começar com uma caminhada e evoluir conforme seu condicionamento físico. O importante é sair do sedentarismo e preservar a saúde, pois ela é que nos mantêm vivos e nos dá disposição de trabalhar e de cuidar da família”.
Mário agradece aos amigos e parceiros que o ajudam a continuar nas competições e, principalmente, a manter sua qualidade de vida. “Quando estava em um dos piores momentos da vida, em que até cheguei a questionar Deus o porquê desta situação, Ele mesmo mandou amigos que me ajudaram a descobrir o dom do atletismo que estava escondido em mim. O esporte é um instrumento de salvação de vidas, assim como salvou a minha”, finaliza.
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