Maíra Masiero
Segunda-feira, 4 de outubro. Na metade do dia, um pequeno ícone de relógio começou a aparecer com maior frequência nas mensagens de WhatsApp. O tempo pareceu ter parado nos perfis e páginas do Facebook e do Instagram. As histórias também pararam, tanto as virtuais como muitas das reais. Foi a tarde em que a terra (midiática) parou, por longas 7 horas.
Como foi a repercussão deste acontecimento inesperado no ambiente hospitalar? Quais são as suas consequências e seus aprendizados para o fluxo de informações?
Primeiramente, devemos lembrar que o Sistema Hospitalar em si, presente em praticamente todos os computadores, não foi afetado de forma direta pela queda dos aplicativos. Foram integralmente preservadas as informações essenciais para a trajetória dos pacientes no Hospital, aos principais fluxos de serviços e à dinamicidade dos atendimentos internos.
O Skype e outros aplicativos de comunicação instantânea salvaram a tarde de servidores administrativos que precisavam compartilhar informações e alinhar demandas com outras áreas. Em tempos de distanciamento social (porque a pandemia de Covid-19 ainda não acabou), o bom e velho telefonema também foi uma opção para definir assuntos que não poderiam esperar a volta de outras redes para serem solucionados, além das reuniões presenciais com o cumprimento de todos os cuidados sanitários.
Um outro viés desta interrupção chega até a relação entre os pacientes e suas famílias. Aquela chamada de vídeo para matar a saudade dos que estão longe, iniciativa promovida por diversos profissionais do HCFMB, não foi possível. Aquela mensagem de áudio que consola o coração de quem vê a vida passar em um leito ficou para depois.
Além destas consequências profissionais e pessoais, o que também podemos aprender com esta situação enquanto agentes de Comunicação no Complexo HC? Diversos especialistas repercutiram o caso e começaram a refletir não somente a dependência pessoal das redes sociais, mas das próprias marcas em inserirem seus conteúdos em apenas uma plataforma de conteúdo.
Pensando em termos de Marketing, existem três tipos de mídia para a realização de investimentos: a mídia própria, a mídia adquirida e a mídia paga. De forma sucinta, a mídia própria é considerada o terreno da empresa na internet, como o site ou o Jornal do HCFMB que você está lendo agora. A mídia adquirida é conquistada graças ao conteúdo de qualidade (por exemplo, o serviço de assessoria de imprensa) e a mídia paga, também conhecida como alugada, é caracterizada quando há uma cessão de espaço para a divulgação de conteúdos.
As mídias sociais são um grande exemplo desta mídia alugada. Em via de regra, as mídias sociais não são propriedade de uma pessoa ou empresa: elas possuem apenas perfis / páginas que, de uma hora para outra, podem desaparecer sem aviso prévio, além de terem o alcance de suas postagens determinada pelos algoritmos da plataforma. O fim do Orkut é um grande exemplo disso (gatilho de saudade dos depoimentos e das comunidades).
Por isso, as empresas precisam se atentar a não viverem somente de aluguel, mas investirem em mídias próprias para reterem, com mais propriedade, o seu público-alvo, para não sofrerem tanto em uma possível próxima queda de aplicativos.
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Maíra Masiero é Relações Públicas e coordenadora do Núcleo de Comunicação Interna da Gerência de Comunicação, Imprensa e Marketing do HCFMB.
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