Tecnologia em saúde: Famesp implanta sistema biométrico em hospitais e ambulatórios sob sua gestão

Iniciativa aumenta segurança e autenticidade de dados, promove sustentabilidade e agiliza atendimentos de pacientes

Elaine de Souza | Assessoria de Comunicação e Imprensa da Famesp

A partir dessa segunda quinzena de julho, os hospitais e ambulatórios estaduais de saúde sob gestão da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) passam a contar com tecnologia que permite a identificação biométrica de pacientes, reduzindo a impressão mensal de mais de 50 mil folhas de formulários de papel. A iniciativa, desenvolvida pela Assessoria de Informática em Saúde da Famesp, faz parte de um conjunto de ações que dará um novo salto tecnológico para a melhoria na assistência à saúde, o aumento da segurança legal dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) e reduções de custos aos serviços públicos sob gestão da Fundação.

A modernização começará por uma velha conhecida de todos os serviços ambulatoriais vinculados ao SUS: a Ficha de Atendimento Ambulatorial (FAA). Além de necessário para o registro do atendimento, esse formulário é o instrumento utilizado para o faturamento dos serviços prestados.

“Com a modernização contínua dos processos de trabalho e com a ampliação dos recursos tecnológicos, chegou a vez de repaginarmos a FAA, transformando-a em uma ficha digital. Esta modernização foi favorecida pela promulgação da Lei 14.063 (de setembro/2020), que ampliou a segurança jurídica sobre os tipos de assinaturas eletrônicas no Brasil”, explica o gerente da Assessoria de Informática em Saúde da Famesp, Alexandre Bazan.

Na primeira etapa, o sistema de biometria será implantado no Hospital Estadual de Bauru (HEB) e no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) de Bauru, seguindo todas as normas atuais de segurança sanitária contra o novo coronavírus, como, por exemplo, higienização das mãos. E gradativamente será instalado também no Hospital de Base (HBB), na Maternidade Santa Isabel (MSI) e nos AMEs de Itapetininga e de Tupã (SP). Com a tecnologia, os serviços poderão acelerar a identificação dos pacientes
de forma segura.

Fotos: Arquivo Famesp

De acordo com Bazan, com a coleta das biometrias, a Ficha de Atendimento Ambulatorial passa a ser assinada eletronicamente, evitando a necessidade de impressão para coleta da assinatura física do paciente, o que reduzirá o tempo de permanência dos usuários de saúde nos guichês de atendimentos das recepções ambulatoriais.

“Quando o paciente ou responsável retornar ao serviço após o cadastro inicial das biometrias, a simples leitura da digital, que ocorre em menos de dois segundos, confirmará se a pessoa que está presente é o paciente que foi agendado para o atendimento”, explica. “Acreditamos que essa agilidade também aumentará o nível de satisfação dos nossos usuários”, destaca.

Segurança e sustentabilidade

Além de agilizar o atendimento, a tecnologia promoverá uma economia significativa com custos de impressão. Hoje, os serviços ambulatoriais das unidades administradas pela Famesp emitem diariamente 2.542 fichas de atendimentos ambulatoriais, considerando a rotina do HEB, HBB, MSI e dos AMEs de Bauru, Itapetininga e Tupã. Esta reformulação do processo de recepção dos pacientes permitirá, gradativamente, que deixem de ser impressas 53.390 folhas mensais, além das reduções do consumo de energia elétrica, toner, manipulação e armazenamento.

“A implantação da biometria de pacientes, nesta etapa, contribui para o reconhecimento e garantia de que estamos atendendo a pessoa certa e para a validação de procedimentos nos ambientes hospitalares, com segurança e dinamismo. São medidas que impactam diretamente na melhoria da assistência ao paciente, nossa missão principal”, destaca o presidente da Famesp, Antonio Rugolo Junior. “Além do aumento na segurança e autenticidade dos dados, a implantação da biometria nos atendimentos ambulatoriais trará significativa contribuição para a sustentabilidade e a redução de custos no dia a dia dos serviços”, completa Rugolo Junior.

Conceito e vantagens

Biometria é uma palavra formada pela combinação dos termos gregos bios (vida) e metron (medida). No sentido mais amplo, a expressão diz respeito à medição de aspectos físicos e biológicos das pessoas. Na prática cotidiana de empresas e serviços, convencionou-se considerar a biometria como o emprego de métodos tecnológicos capazes de reconhecer um indivíduo por suas características pessoais, distinguindo-o de outros. A partir daí, é possível permitir ou negar determinada ação ou acesso a essa pessoa.

Entre os tipos de tecnologias biométricas disponíveis no mercado estão impressão digital, leitura da íris, reconhecimento facial e reconhecimento de voz.
 
A biometria adotada nos serviços sob gestão da Famesp é a impressão digital, que corresponde às pequenas elevações (papilas) na pele da ponta dos dedos que formam conjuntos de linhas únicos. A grande vantagem é que, como características pessoais e intransferíveis, esses conjuntos não se repetem em outros dedos do indivíduo, nem em outras pessoas. No Brasil, por exemplo, a impressão digital deve estar presente no RG (Registro Geral) e pode ser usada no lugar de uma assinatura.

Nos sistemas computacionais, a leitura de impressão digital se tornou o tipo de biometria mais usado no mundo, em parte, graças aos smartphones. No dia a dia, também são comuns em catracas de acesso, caixas eletrônicos de bancos; relógios de ponto e cofres. Diversas tecnologias podem ser usadas para fazer a leitura de impressão digital. Há leitores ópticos, ultrassônicos, perceptivos e todos tem um só objetivo: capturar a impressão digital da pessoa e compará-la com o “desenho” previamente registrado no sistema para checar se há correspondência.

O que está por vir

A implantação dos leitores biométricos integra um leque de ações estratégicas pensadas por gestores da Famesp para o uso da tecnologia a favor da assistência. Os próximos passos, segundo Alexandre Bazan, incluem a disponibilização de um aplicativo de celular por onde os pacientes futuramente terão acesso a sua própria agenda ambulatorial, a orientações de preparo de exames, resultados de exames, notificações sobre os próximos atendimentos e possibilidade de indicar se irá ou não comparecer no atendimento agendado.

“Também estamos em vias de implantar a Assinatura Eletrônica Avançada para a equipe assistencial (médicos e não médicos), que permitirá a redução de impressão de outros documentos”, adianta.

Outra frente de trabalho da equipe de Assessoria de Informática em Saúde é o desenvolvimento de uma plataforma web que facilitará a comunicação das unidades sob gestão da Famesp com a rede básica de saúde, permitindo a emissão de alertas sobre a falta dos pacientes nos atendimentos e avisos antecipados sobre a programação de alta de um paciente internado.

Principais vantagens da biometria nos hospitais e ambulatórios:

  • Aumento de segurança legal e autenticidade de dados dos usuários: identificar e liberar acesso de pacientes e acompanhantes, aumentando a segurança e a proteção de dados.
  • Redução no tempo de atendimento nas recepções ambulatoriais e aumento da satisfação dos pacientes.
  • Sustentabilidade: com a biometria deixarão de ser impressas 2.542 FAAs por dia, somando HEB, HBB, MSI e os AMEs. Num total de 53.390 folhas mensais. Sem contar as reduções do consumo de energia elétrica, toner, manipulação e armazenamento.
  • Redução de custos: além da própria natureza, a administração dos serviços também será beneficiada com a possibilidade de realocação dos valores que deixarão de sustentar este processo, podendo investir em ações mais efetivas para a assistência aos pacientes.