Hepatite Aguda Infantil: O que se sabe até agora sobre a doença?

Nas últimas semanas, autoridades médicas ao redor do mundo têm se debruçado em uma minuciosa investigação para ter mais informações sobre um misterioso tipo de Hepatite que tem acometido crianças e jovens de 0 a 16 anos.

Conhecida por Hepatite Aguda Infantil, a doença é “uma infecção grave do fígado de origem ainda em investigação”, explica Drª. Juliana Tedesco, médica pediatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB).

Em abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 169 casos da doença, sendo que 16 pacientes foram submetidos a transplante hepático. No Brasil, há nove casos suspeitos em investigação pelo Ministério da Saúde.

Sintomas e Sinais

Drª. Juliana Tedesco explica que os sintomas da Hepatite Aguda Infantil são dor abdominal, náusea, vômitos, fraqueza, febre, falta de apetite. Além disso, a pele e os olhos ficam com coloração amarelada, a urina escurecida e as fezes esbranquiçadas.

“Alguns vírus como o da Hepatite A têm manifestação de sintomas precocemente, contudo inúmeros outros vírus que causam hepatites podem ter um desenvolvimento silencioso durante anos, sendo frequente o diagnóstico quando a doença já se encontra em fase avançada”, lembra Drª. Juliana.

Prevenção

De acordo com a especialista, a doença apresentou associações com cepas de adenovírus (causadoras de doenças diarreicas e respiratórias) e em menor proporção com a Covid-19.

“Ainda não se sabe exatamente o mecanismo etiopatogênico da infecção. Contudo, as recomendações de higienização frequente das mãos , isolamento e/ou uso de máscaras em pacientes com infecções respiratórias são válidos. E o mais importante: procurar atendimento médico caso surjam sintomas sugestivos da doença”, frisa Drª Juliana.

Tratamento

Drª Juliana esclarece que antes de indicar um tratamento é necessário investigar as causas prováveis. “Em geral, medicamentos sintomáticos e observação clínica são as recomendações. Casos graves, que já tenham evoluído para insuficiência hepática aguda tendem a necessitar de transplante hepático”, explica.

“Por ser uma doença nova, de origem e evolução ainda incertas, devem ser alvo de vigilância pelas autoridades de saúde globalmente. Pais e cuidadores devem estar atentos a sinais precoces da doença e buscar atendimento médico antecipadamente”, finaliza Drª. Juliana.

Drª Juliana Tedesco