Oficina de Acolhimento e Classificação de Risco em Obstetrícia é realizada em Botucatu

Durante toda a última terça-feira (21), foi realizada uma Oficina de Capacitação em Acolhimento e Classificação de Risco na Atenção Materno-Infantil. Este treinamento foi oferecido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Diretoria Regional de Saúde de Bauru (DRS-VI), Enfermaria de Obstetrícia, Gerência de Enfermagem do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), com o apoio logístico do Núcleo de Capacitação e Desenvolvimento de Recursos Humanos (NUCADE-RH). Participaram servidores do HCFMB e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Botucatu.

Esse treinamento, realizado na Central de Aulas da FMB, teve, como um de seus objetivos, discutir os dispositivos descritos no Manual de Acolhimento e Classificação de Risco em Obstetrícia (A&CR), os passos para implantação e suas estratégias de articulação para, assim, impactar positivamente nos indicadores de morbidade e mortalidade materna e perinatal. O Manual é uma iniciativa do Ministério da Saúde, a partir da Rede Cegonha, para apoiar as maternidades e Serviços de Obstetrícia no Brasil.

No começo das atividades, Roberto Antônio de Araújo Costa, médico responsável pelo Serviço de Obstetrícia do HCFMB, acolheu a todos os presentes, bem como Cleise Mei de Souza, articuladora da Política Estadual de Humanização da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo na DRS-VI. Os facilitadores do treinamento foram Marilene Wagner e Pedro Ivo Yahn, da Política Nacional de Humanização e Apoio às Redes da Secretaria de Atenção da Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS).

Marilene falou um pouco sobre a assistência humanizada, do acolhimento como prática de produção de saúde e das suas dimensões (ética, técnica, gerencial e política). “Acolhimento tem a ver com a postura de cada um. A preocupação com o usuário começa na porta de entrada, pois isso já faz parte do processo de cuidado”. Além disso, foram passadas diretrizes sobre como organizar o processo de AC&R, sobre a sistematização da Avaliação e Classificação de Risco e os indicadores de monitoramento deste processo.

Após a parte inicial, houve momentos de trabalho em grupo sobre os processos de trabalho nas maternidades, com foco na diretriz do acolhimento, a partir de questões disparadoras, além da análise e discussão de estudos de caso que se enquadram nos fluxos e descritores do protocolo. A Matriz de Planejamento também foi elaborada no decorrer das atividades.

No encerramento do dia, foram apresentadas as estratégias e o Plano de Trabalho elaborado para a prática da A&CR no Hospital e na rede municipal de Saúde. Posteriormente, gestores do HCFMB e da SMS se comprometeram, junto aos facilitadores do Ministério da Saúde, a criarem Grupos de Trabalho para pôr em prática esta avaliação.

Além dos supervisores do Serviço de Obstetrícia e do Núcleo Materno Infantil, estiveram presentes os seguintes gestores: Dra. Érika Veruska Paiva Ortolan, Gerente Médica do HCFMB e representando a Superintendência; Valeria Maria Lopes Manduca Ferreira, Secretária Adjunta de Saúde de Botucatu (representando o Secretário, Dr. Cláudio Lucas Miranda), Dr.ª Ana Lúcia Forti Luque, Coordenadora de Saúde da Prefeitura, e Daniela Cristina Silva, Gerente Técnica da Fundação UNI.

Pedro Ivo salientou a importância da presença de todos nas atividades e a monitoria acerca da implantação da A&CR. “O produto principal foi o comparecimento quase integral dos atores do processo, e isso valoriza muito o cuidado e o acolhimento. Temos vários passos concretos e, brevemente, iremos voltar para verificar o andamento das implantações”, destaca.

Laura Fabrizzi de Figueiredo Pupo, Enfermeira Supervisora da Maternidade do HCFMB, relata como surgiu a intenção de se realizar este momento de capacitação e indica que há valorização do parto normal na Instituição: “Pensamos em fazer o treinamento de Classificação de Risco para implantar em nosso setor, a fim de atender melhor as nossas gestantes e serem classificadas corretamente. Para nós, é um avanço enorme em nosso estudo para proporcionar o melhor para as pacientes”.

Dr. Roberto afirma a importância deste Treinamento para a vida dos pacientes: “Este curso é muito importante, pois aperfeiçoa a qualidade de nosso serviço, principalmente pensando na recepção das gestantes aqui no HCFMB. A idéia é que ela tenha uma primeira triagem e, dependendo de sua Classificação de Risco, ela tenha um atendimento preferencial. Desta forma, conseguimos evitar que os atendimentos sejam protelados, especialmente os de maior urgência, tanto para a mãe quanto para o bebê”.

Este sentimento é compartilhado por Simone Cristina Paixão Dias Baptista, gerente do Núcleo Materno Infantil do HCFMB, que também destaca o fato do Treinamento ser parte de uma das etapas da implantação da Rede Cegonha no HCFMB. “Esta Oficina vem melhorar a qualidade do atendimento dado às gestantes. Temos um grande número de gestantes atendidas no Pronto Atendimento da Obstetrícia e, com a A&CR, quando elas chegarem, serão classificadas de acordo com o risco e com a gravidade do caso de cada uma, dando prioridade conforme estes critérios”.

Dr.ª Érika, ao final da tarde, agradeceu a presença de todos nesse Treinamento. “A Superintendência apóia a iniciativa e dá toda a estrutura. Em momentos como o atual, é tempo de crescimento e nós fazemos muito com aquilo que temos. Parabenizo a todos pela iniciativa e pelos progressos feitos ao longo do dia”, finaliza.