Sim, existe comunicação fora das redes

Patrícia Cainelli

Nasci no jornalismo de papel. Comecei a escrever em laudas pautadas em máquinas de datilografar. Recém-formada, me descobri jornalista por formação e assessora de imprensa por vocação. Cheguei ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto em 1995 para ficar alguns meses, mas foi tanto amor e tanto aprendizado que nunca mais saí.

Nestes muitos anos de atuação na Assessoria de Comunicação do HC Ribeirão, já utilizamos inúmeras estratégias de comunicação.  O público do Hospital é extremamente heterogêneo. São quase dois mil médicos, três mil enfermeiros e quatro mil alunos. Diariamente, passam por aqui cerca de doze mil pessoas entre funcionários, pacientes, acompanhantes, alunos, prestadores de serviço. Para se comunicar com todos esses stakeholders já utilizamos jornais, cartazes, faixas, recados de giz no chão, música no pátio de entrada, e-mails, newsletters, revistas, intranet, etc.

Na Assessoria de Imprensa do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, as redes se tornaram um dos canais mais importantes de divulgação, permitindo mais agilidade e maior facilidade no estabelecimento de relacionamentos e de informação. Diariamente, nossa equipe realiza, em média, cinco postagens no Facebook, Instagran e Twitter. Para se ter uma ideia, durante o primeiro ano da pandemia – de março a dezembro de 2020, só as postagens da Instituição no Facebook atingiram mais de 12 milhões de pessoas.

É claro que a queda generalizada das redes, ocorrida no início da semana, produziu várias intercorrências na nossa comunicação. Havia várias matérias importantes a serem publicadas sobre ações do outubro rosa e do mês do idoso, divulgação das regras para reabertura das visitas para pacientes e as postagens estavam todas programadas. 

Mas, embora as redes exerçam um papel importante no nosso dia a dia, elas são apenas uma parte da estratégia de comunicação institucional do HC Ribeirão. Mensalmente, enviamos cerca 200 e-mails institucionais, produzimos uma média de 50 matérias para o site, 80 para intranet, newsletters mensais, fixamos em média 150 cartazes em 30 quadros espalhados pela Instituição. Além disso, são exibidas mensalmente cerca de 500 matérias sobre a Instituição em jornais, TVs, rádios e sites de notícias. Foi um dia atípico, sem dúvidas, mas o trabalho seguiu sem intercorrências e, embora não tenhamos tido as postagens divulgadas no horário programado, as divulgações foram garantidas.

Em resumo, as redes continuam sendo de extrema importância na comunicação institucional do HC Ribeirão. Mas o apagão serviu para refletir sobre como estamos distribuindo informação, que peso estamos dando para cada ferramenta. Serviu, especialmente, para avaliar como está a nossa comunicação e para planejar como nos comunicar, se por algum motivo as redes estiverem fora do ar, com a máxima eficiência possível, tanto dentro da internet quanto fora dela. Afinal, comunicação se faz de inúmeras formas, inclusive fora das redes sociais.

Patrícia Cainelli é jornalista e assessora de imprensa do Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto (HCFMRP)